Arquidiocese de Braga -

21 julho 2022

Argentina: Jesuítas pedem perdão a vítimas de abuso

Fotografia DR

DACS com Vida Nueva Digital

Ex-alunos do colégio El Salvador, na cidade de Buenos Aires, acusaram um sacerdote já falecido em 2015.

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No fim-de-semana, os meios de comunicação divulgaram os depoimentos de Gonzalo Elizondo e Pablo Vio, ex-alunos do colégio de El Salvador, que relataram ter sofrido abusos em 2002. Agora, os directores do estabelecimento, pertencente à comunidade jesuíta, prestaram uma declaração em que oferecem alguns esclarecimentos.

O padre acusado é César Fretes, que era tutor e conselheiro no colégio. Os jovens comentaram que os factos aconteceram quando tinham 10 e 11 anos, em 2002. Vinte anos depois, descobriram que outros colegas tinham sofrido abusos.

 

“Não deveriam ter sofrido isto na nossa instituição”

O reitor do colégio de El Salvador, Jorge Black, sj, e o delegado para a prevenção de abusos da província jesuíta argentino-uruguaia (ARU), Álvaro Pacheco, sj, informaram que no final do ano lectivo de 2003 receberam o primeira denúncia de abuso de menores contra o então irmão jesuíta César Fretes.

Comentaram que, naquele momento, “as autoridades da Companhia decidiram retirá-lo imediatamente do Colégio para evitar que causasse mais danos, tendo sido afastado de todo o trato com menores e, após um processo interno, demitido da Companhia de Jesus”.

Informaram que naquele momento as famílias não consideraram oportuno apresentar queixa na justiça civil, embora pudessem fazê-lo, de acordo com a legislação da altura. Além disso, lembraram que o irmão César Fretes faleceu em 2015.

Na mensagem, esclareceram que, como instituição, durante anos, receberam vítimas de César Fretes, incluindo os jovens que agora deram o seu depoimento.

“Ouvimo-los e oferecemos e continuamos a oferecer acompanhamento. A dor é grande e por isso pedimos perdão às vítimas. Não deveriam ter sofrido isto na nossa instituição”.

 

Prevenção e perdão

Depois de lamentar profundamente o ocorrido, informaram que, como parte da consciencialização de toda a Igreja em relação a esse flagelo, nos anos seguintes foram implantados protocolos que são actualizados periodicamente e mecanismos de prevenção para evitar que estas situações abusivas aconteçam novamente.

Pediram também que se algum outro ex-aluno tiver sido afectado por situações semelhantes e ainda não os tenha abordado para falar, que o possa fazer através do canal indicado na Prevenção de Abusos na página da província ou através de qualquer outro meio.

Por fim, os religiosos afirmaram: “Em nome do Colégio e da Companhia de Jesus pedimos perdão às vítimas pelos danos causados, conscientes da dor que ainda hoje se manifesta, e comprometemo-nos a envidar todos os nossos esforços no acompanhamento dos afectados, bem como continuar os esforços máximos de prevenção para evitar a repetição deste tipo de abuso.”

Artigo de Roxana Alfieri, publicado em Vida Nueva Digital a 20 de Julho de 2022.