Arquidiocese de Braga -
31 maio 2022
As sugestões de Barcelona para o Sínodo: sacerdócio feminino e celibato opcional
DACS com Vida Nueva Digital
A síntese enviada à Conferência Episcopal pede, entre outras propostas, atenção às pessoas “marginalizadas pela comunidade eclesial pela sua situação familiar ou orientação sexual”.
A síntese da primeira fase do processo sinodal na Arquidiocese de Barcelona está pronta. Entre as propostas, que serão enviadas à Conferência Episcopal para preparar uma síntese nacional, está incluída a possibilidade do sacerdócio feminino e que o celibato seja opcional, “ou a possibilidade de acesso ao sacerdócio de homens casados”.
Em relação às mulheres, sugere-se “avançar na reflexão sobre o seu acesso ao diaconado e, se possível magistralmente, ao sacerdócio”.
O texto, elaborado a partir das reflexões dos 7.000 participantes nos processos de debate promovidos nas paróquias e movimentos católicos de Barcelona, fala de “uma Igreja que adapta os diferentes ministérios abrindo a possibilidade de celibato facultativo ou possibilidade de acesso ao sacerdócio de homens casados (como já acontece nas Igrejas do mundo oriental latino-católico)”.
Falta de coerência
Também inclui uma menção, envolta em autocrítica, sobre a diversidade sexual e a sua recepção na Igreja. Na opinião dos participantes, “há uma falta de coerência entre o que se prega e o que se faz”.
Por isso, fazem um apelo a trabalhar com amor a todas as pessoas que foram “marginalizadas pela comunidade eclesial, na maioria das vezes por motivos morais, especialmente por causa da sua situação familiar ou por causa da sua orientação sexual”.
Diversidade
O documento também pede que “toda a comunidade cristã se aproxime das pessoas que historicamente foram deixadas à margem; ouvir aqueles que não são ouvidos; ajudar a curar feridas afectivas; que se acompanhem as pessoas em movimentos difíceis e problemáticos”, entre outras questões.
A par destas questões, há também a necessidade de promover a corresponsabilidade dos leigos e apostar numa “linguagem eclesial utilizada a qualquer nível (que) seja simples e clara, de acordo com os tempos em que vivemos, compreensível para todos”.
O lançamento destas conclusões ocorreu neste Domingo numa cerimónia realizada no Collegi Maristes La Immaculada, em Barcelona, com a participação de cerca de 700 pessoas de várias partes da arquidiocese.
Durante o seu discurso, o Cardeal Arcebispo de Barcelona, Juan José Omella, sublinhou, à luz do documento, que estão “todos no mesmo barco”. Em relação às questões mais ou menos díspares que o texto apresenta, sublinhou que todos os participantes “são dignos de respeito”.
Por sua vez, o padre Enric Termes, coordenador de toda a fase diocesana do Sínodo, destacou a necessidade de “serem corajosos para estarem abertos à mudança e à mudança, vencer o medo do diálogo e superar a rotina e ser homens e mulheres de esperança, alegria e fé”. Explicou que “a síntese não é um documento, mas uma compilação de contribuições que foram feitas e agora estão a ser partilhadas”.
Expectativas
A delegada para a Formação e Acompanhamento dos Leigos, Anna Maria Almuni, destacou que “o apelo do Sínodo gerou expectativas, especialmente voltadas para ampliar horizontes e aprofundar o trabalho de caminhar juntos, o que não é fácil porque exige uma profunda revisão e uma verdadeira conversão, saber ouvir, acolher e sentir-se acolhido e, em última análise, renovar a Igreja”.
Artigo de Israel Duro, publicado em Vida Nueva Digital a 30 de Maio de 2022.
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