Arquidiocese de Braga -

24 maio 2022

O efeito Ucrânia: já existem mais de cem milhões de refugiados no mundo

Fotografia DR

DACS com Vida Nueva Digital

ACNUR alerta que pela primeira vez este número é ultrapassado e alerta que a ajuda humanitária “é apenas um paliativo”.

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O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) denunciou que a invasão da Ucrânia ultrapassou um triste recorde. Pela primeira vez, o número de pessoas forçadas a deixar as suas casas ultrapassa cem milhões em todo o mundo.

“O número de pessoas que foram forçadas a fugir de conflitos, violência, violações de direitos humanos e perseguição ultrapassou a impressionante marca de 100 milhões pela primeira vez, como resultado da guerra na Ucrânia e outros conflitos mortais, declarou o ACNUR em comunicado.

“O número de 100 milhões é surpreendente, alarmante e preocupante. É um número que nunca deveria ter sido alcançado”, disse o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi.

A situação já era “dramática” no final do ano passado, quando esta organização alertou que os refugiados já eram 90 milhões, devido a novas ondas de violência ou conflitos prolongados em países como a Etiópia, Burkina Faso, Birmânia, Nigéria, Afeganistão e a República Democrática do Congo.

A Europa não via um fluxo tão intenso de refugiados desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Quase 6,5 milhões de ucranianos deixaram o país, a maioria mulheres e crianças, enquanto homens em idade de combater precisam de ficar para trás.

E a ONU estima que pode haver 8,3 milhões até ao final do ano. Na própria Ucrânia, estima-se que existam 8 milhões de pessoas deslocadas internamente.

 

Paz e estabilidade, única resposta

Para dar uma ideia da magnitude dos números, Grandi destacou que “esses 100 milhões de pessoas representam mais de 1% da população mundial. Apenas 13 países no mundo têm uma população maior que esse número”.

O líder do ACNUR insistiu que “a ajuda humanitária é apenas um paliativo, não um remédio”. “Para reverter a tendência, as únicas respostas são paz e estabilidade, para que pessoas inocentes não sejam forçadas a escolher entre o perigo imediato do conflito e a difícil fuga e exílio”, disse.

Artigo de Vida Nueva Digital, publicado a 23 de Maio de 2022.