Arquidiocese de Braga -

6 outubro 2021

Hostilidade religiosa cai, mas governos são mais restritivos

Fotografia Dinuka Liyanawatte/Reuters

DACS com The Tablet

Números usados neste estudo são anteriores à pandemia de Covid-19, que viu muitos governos promulgarem legislação contenciosa para evitar reuniões religiosas.

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A hostilidade social relacionada com a religião caiu em todo o mundo pelo quinto ano consecutivo, à medida que menos casos de ataques terroristas, assassínios e violência colectiva foram relatados, de acordo com um estudo do Pew Research Center.

Com base em números de 2019, o último ano sobre o qual existem dados disponíveis, o relatório anual mede a hostilidade social, por um lado, e as restrições legais, por outro.

Um país pode experimentar baixos níveis de violência social relacionada com a religião, mas ter severas restrições legais contra a prática de uma ou mais religiões em vigor e vice-versa.

De acordo com os investigadores, o número de países onde a hostilidade social foi classificada como “alta” ou “muito alta” caiu de 53 em 2018 para 43 em 2019, confirmando uma tendência que data de 2012, quando o número atingiu o pico de 65.

Os países ainda na lista de hostilidade social “muito alta” incluem Índia, Iraque, Israel, Líbia, Nigéria, Paquistão, Sri Lanka e Síria. Um dos piores incidentes em 2019 ocorreu no Sri Lanka, quando terroristas islâmicos bombardearam várias igrejas e hotéis, matando 250 pessoas e ferindo outras 500.

A República Centro-Africana e o Egipto saíram da lista, com os investigadores a apontarem uma queda nos casos de perseguição aos cristãos coptas neste último, embora este continue a ser um motivo de preocupação.

A queda na hostilidade social não foi acompanhada, no entanto, pelas restrições do governo, que permanecem em níveis recordes desde 2007, de acordo com o Pew, com mais um país na lista de “alta” e “muito alta”.

A maioria dos países com restrições governamentais “altas” ou “muito altas” vêm da região da Ásia-Pacífico, com 25 em 30, e da região do Oriente Médio-Norte da África, com 19 de 20. A única boa notícia é a diminuição do número de estados com níveis “muito elevados” de perseguição, de 26 em 2018 para 23 em 2019.

Os únicos dois países europeus na lista “muito alta” são a Rússia e a Turquia, sendo a Rússia o único país de maioria cristã.

Embora o Reino Unido e a Irlanda não sejam mencionados explicitamente no relatório, os mapas usados para ilustrá-lo mostram que o Reino Unido é classificado como tendo níveis moderados de restrições governamentais e altos níveis de hostilidade social, enquanto a Irlanda tem níveis moderados de hostilidade social e baixos níveis das restrições governamentais.

Os números usados neste estudo são anteriores à pandemia de Covid-19, que viu muitos governos promulgarem legislação contenciosa para evitar reuniões religiosas.

 

Artigo de Filipe Avillez, publicado no The Tablet a 6 de Outubro de 2021.