Arquidiocese de Braga -
23 novembro 2024
Tesouro-Museu da Sé desafia Braga a envolver-se na ajuda à Cáritas e vítimas de violência doméstica
DM - Francisco de Assis
A Arquidiocese de Braga, através da Loja do Tesouro-Museu da Sé de Braga desafia os bracarenses e não só a imbuirem-se do espírito de caridade e natalício para ajudar a Cáritas a alcançar o sonho de um Centro de Acolhimento de Vítimas de Violência Doméstica. O apelo reforçado ontem, também pela vice-presidente da Câmara de Braga, no lançamento da campanha de Natal 2024, através da peça (Re)nascer, o artesão bracarense Alberto Vieira.
Na sessão, que decorreu na Loja do Tesouro-Museu da Sé de Braga, onde a peça vai estar à venda, estiveram, entre outras personalidades, o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro; João Nogueira, presidente da Cáritas Arquidiocesana de Braga; o cónego José Paulo Abreu, deão da Sé de Braga, Sameiro Araújo, vice-presidente da Câmara de Braga; e Altino Bessa, vereador da Câmara de Braga.
Na cerimónia, o cónego João Paulo Coelho Alves, coordenador da Loja do Tesouro-Museu da Sé de Braga, começou por explicar o contexto da iniciativa, lembrando que esta é a quarta campanha realizada pela Loja, aproveitando sempre os tempos fortes do Cristianismo para fazer algo para ajudar a Cáritas a cumprir a sua nobre missão de ajudar aqueles que mais precisam.
Uma vez mais, a ação consistiu em desafiar um artista da região de Braga a fazer uma peça, cuja venda se reverte, em parte, a favor da Cáritas. Desta vez, o artesão foi o bracarense Alberto Vieira, autor da peça com o simbólico e sugestivo nome (Re)nascer.
A peça, classificada de “extraordinária”, pela beleza, simplicidade e qualidade, já está à venda por 30 euros, 20 dos quais vão para a Cáritas.
O destino objetivo da verba é, entre outras necessidades imediatas daqueles que mais precisam, é a construção de um Centro de Acolhimento de Vítimas de Violência doméstica, mais concretamente mulheres e crianças, como fizeram questão de concretizar o presidente da Cáritas e o Arcebispo de Braga. “Onde possam ser acolhidas com dignidade e segurança”.
Como sempre, a campanha e a peça são acompanhadas por uma frase do Arcebispo de Braga, que este ano escolheu: “A Esperança veio à luz Natal e Peregrina no caminho sinodal de Páscoa”.
Peça é uma bela prenda de Natal a familiares e amigos
O cónego João Paulo Coelho Alves deixou o primeiro apelo aos bracarenses. “Pretendemos que a sociedade civil bracarense se possa intervir e imbuir no espírito da caridade. Às vezes, dispomos das nossas posses, do nosso dinheiro para comprar as prendas para os familiares, amigos e mais próximos. E ao fazê-lo com esta peça, temos esta consciência que também estamos a chegar a uma grande obra da Cáritas da nossa Arquidiocese de Braga”.
Quanto a D. José Cordeiro, congratulou-se com mais este gesto solidário do Tesouro-Museu. “Alegro-me, uma vez mais, com este momento tão simbólico, no coração da Arquidiocese de Braga, que é a Sé Primaz. Está tudo interligado. O culto, a cultura, a catequese e a caridade, num gesto de paz. Vem no enquadramento da campanha 10 milhões de estrelas, lançada pela Cáritas Arquidiocesana, com o objetivo de ir ao encontro dos que mais precisam, neste caso no flagelo da violência doméstica. O objetivo é a construção de uma casa condigna, que combina a privacidade, o conforto e a dignidade para acolhimento daqueles que mais precisam. É um motivo de esperança”.
Para o Arcebispo de Braga, a aquisição da peça é uma forma de prosseguir como “peregrinos de esperança. Sermos um gesto para alguém, com o fim de nos deixar iluminar”. D. José fala no combate à pobreza, não só a pobreza material, mas a “pobreza da desesperança”. E qualquer um pode ajudar.
Sameiro Araújo considerou ser um “privilégio” para a Câmara de Braga associar-se ao Tesouro-Museu da Sé e ao Cabido nesta iniciativa “louvável” e também ela fez questão de desafiar os bracarenses a envolverem-se nesta campanha, tendo em conta os motivos nobres do destino das verbas, que vão ser muito bem empregues. “Só podemos ser mensageiros na divulgação desta campanha”, disse, agradecendo também ao artista Alberto Vieira, que, com esta peça, ajuda a fazer a diferença na vida dos outros.
O cónego José Paulo Abreu encerrou as intervenções e não poupou elogios à peça. Pela beleza, mas sobretudo pelo simbolismo de “renascer”.
O deão recordou que muitas vezes se enfatiza a morte, quando a dinâmica cristã é sempre o nascimento, o “recomeço”.
Nesta sugestão de “Renascimento”, o cónego José Paulo Abreu lembrou os povos em guerra, que precisam de renascer das cinzas. Também por isso, a cerimónia terminou com uma oração pela paz.
“(Re)nascer para um mundo mais solidário, empenhado no bem comum e guiado pela verdadeira mensagem do Menino Jesus: o Amor. Que esta peça, generosamente desenvolvida por Alberto Vieira, faça renascer a esperança de todos aqueles que diariamente recebem da Cáritas de Braga, o apoio, carinho e um novo sentido para as suas vidas”, desejaram os organizadores.
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