Arquidiocese de Braga -

20 janeiro 2023

Em Ocua… O Verbo faz-se carne… o ano inteiro!

Fotografia Salama

O Conquistador

Fátima Castro, Equipa Missionária Salama!

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Estamos em Janeiro e eu continuo a sentir aquele odor natalício vivido nos últimos dias do ano. Talvez porque me sinto abençoada de experimentar, na minha vida, que o Verbo se continua a fazer carne… no meio de nós!

O Verbo faz-se carne… nos inúmeros rapazes e raparigas que, estando de férias escolares, visitam a paróquia todos os dias para ensaiar (dizem eles… porque eu acredito que o real motivo é o encontro e o estarem juntos!). E habita nestes jovens que me fazem sentir a alegria de viver numa Igreja em movimento, numa Igreja jovem e em saída. Aquela célebre frase de S. João Paulo II - “a Igreja só será jovem se os jovens forem Igreja” - encontra ressonância nos seus sonhos.

O Verbo faz-se carne… em inúmeras famílias que chegam à missão, fugindo das suas terras, e deixando para trás o esforço de uma vida. E habita em cada homem e mulher que gritam ao mundo pedindo-lhes que voltem novamente o olhar para eles… para todos aqueles que fogem de uma guerra sem piedade, rostos e ou culpados!

O Verbo faz-se carne… na mamã Ágata. Quando D. José Cordeiro, Arcebispo da Arquidiocese de Braga, visitou um dos campos de reassentamento da nossa paróquia, esta mulher com semblante triste mas sem perder o brilho no olhar, disse ao Sr. Arcebispo que - contrariamente a todos os outros que antes tinham feito os seus pedidos - ela não queria nada. Pedia apenas que “a esses de longe, de onde o senhor veio, diga-lhes para rezarem por nós e pelos nossos filhos. Estamos todos a sofrer muito.” E habita nesta mulher muçulmana. Deus vem, e faz-se morada, em todos aqueles que sofrem e não nos cadastra por raças ou religiões. Nas alegrias ou sofrimentos… somos todos irmãos. E estamos juntos.

O Verbo faz-se carne… nas crianças que correm para me entregar as mangas que o vento, favoravelmente, lhes oferece. E habita naqueles enormes sorrisos que me pedem com tanta doçura: “faz xumo!” (é das poucas palavras que pronunciam em português: “sumo” e “bola”!) E lá vai acontecendo o milagre da multiplicação quando de três mangas sai um grande garrafão de um delicioso néctar de “sumo de emanka”… que anima os miúdos… e alguns graúdos!

O Verbo faz-se carne - e continuará a fazer-se - sempre lhe emprestamos o nosso coração para Ele habitar em nós!

Artigo publicado no Jornal O Conquistador de 20 de janeiro de 2023.


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