Arquidiocese de Braga -

O cardeal Fridolin Ambongo, de Kinshasa, anunciou que o Papa Francisco irá visitar a República Democrática do Congo (RDC) no início de 2023, sendo assim remarcada uma viagem Papal que originalmente deveria ter decorrido em Julho passado.

“O Papa Francisco virá, mas não este ano”, disse o cardeal no sábado passado durante a missa numa paróquia da capital da RDC.

“Virá no início do próximo ano”, repetiu o cardeal capuchinho de 62 anos, mas sem especificar a data.

Francisco tinha planeado fazer uma visita de 2 a 7 de Julho à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul, juntamente com dois outros líderes cristãos – o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, e o moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, Iain Greenshields.

Mas, no início de Maio, o Papa de 85 anos foi forçado a usar uma cadeira de rodas por causa de fortes dores e, a 10 de Junho, seguindo o conselho dos seus médicos, cancelou a viagem.

Ao anunciar a visita remarcada, o cardeal Ambongo pediu aos católicos Congoleses que rezassem pela saúde do papa.

“Falei no outro dia com o arcebispo Welby e vimos em Fevereiro uma possibilidade de ir ao Sudão do Sul”, disse Francisco a 15 de Setembro durante uma entrevista no seu voo de regresso de uma visita de três dias ao Cazaquistão.

“E se eu for ao Sudão do Sul, também irei ao Congo”, afirmou.

Reacender a esperança

Estaria o cardeal Ambongo apenas a repetir o que o Papa disse no mês passado ou a confirmar que os preparativos para a visita Papal estão em curso?

Esta é uma pergunta que os crentes do maior país católico da África estão a fazer e que deixou muitos deles divididos.

A maioria dos católicos Congoleses não ficou nada feliz quando o Papa cancelou a sua visita à RDC por motivos de saúde à última hora, anunciando alguns dias depois uma viagem papal ao Canadá em Julho.

“O cardeal simplesmente queria tranquilizar o povo de Deus sobre o afecto do Santo Padre pelos Congoleses”, disse a irmã Aimée Musenga FSP.

“Assim que a visita for confirmada, haverá um anúncio oficial”, disse a irmã Paulina.

Adolphe Buzangu, catequista paroquial em Kinshasa, disse: “a mensagem do cardeal, seguindo a do Papa, recende a nossa esperança de que finalmente poderemos receber a comunhão com o Santo Padre no início do próximo ano”.

Embora o anúncio do cardeal tenha sido bem recebido na capital da RDC, há aqueles que ficaram desapontados com o cancelamento da visita do Papa em Julho e continuam cautelosos. “Não tenho muitas esperanças”, confidenciou Jonathan Kazadi.

“Tem que haver o anúncio oficial e o esclarecimento das datas para que possamos realmente acreditar, porque com a saúde do Papa nada é certo”, disse o leigo católico.

Artigo de Guy Aimé Eblotié, publicado no La Croix International a 12 de Outubro de 2022.