Arquidiocese de Braga -

16 setembro 2022

Bispo de Moçambique: “Para travar os jihadistas é preciso dar um futuro aos jovens”

Fotografia Diário do Minho

DACS com Vida Nueva Digital

Juliasse Ferreira Sandramo também salientou que, desde o início da guerra na Ucrânia, a falta de apoio do Programa Mundial Alimentar se faz sentir no país africano.

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“A resposta aos jihadistas não pode ser apenas militar, mas é necessário dar esperança aos jovens que de outra forma seriam tentados pelo recrutamento nas fileiras jihadistas”.

A informação foi expressa à Agência Fides pelo bispo de Pemba (Moçambique), Juliasse Ferreira Sandramo, área fortemente atacada há vários anos pelos rebeldes que se juntaram ao Estado Islâmico.

D. Juliasse salientou ainda que, desde o início da guerra na Ucrânia, sente-se a falta de apoio do Programa Mundial Alimentar no país africano. Esta situação, como explica o prelado, põe em perigo mais de 850.000 deslocados por ataques jihadistas na região.

 

Soluções “progressistas”

“Sem a ajuda da comunidade internacional, nada pode ser feito”, insistiu o bispo.

Da mesma forma, sobre a acção do governo do país, destaca que “é fundamental criar empregos, eliminar a pobreza, oferecer oportunidades”, porque deve evitar-se “que as pessoas se percam, criando esperança”.

“Uma resposta exclusivamente militar pode eliminar dois, três ou quatro jihadistas, mas não impedirá que continuem o recrutamento”, adiantou.

“O governo deve adoptar uma postura mais progressista e conversar com os líderes muçulmanos e católicos”, propõe, lembrando que “nunca foi convocado para uma reunião” com as autoridades para analisar como resolver o conflito.

Artigo de Vida Nueva Digital, publicado a 15 de Setembro de 2022.