Arquidiocese de Braga -

9 setembro 2022

Caminho Sinodal Alemão critica mudanças propostas na moral sexual após “toque” do Vaticano

Fotografia DR

DACS com Vida Nueva Digital

O Caminho Sinodal Alemão fez cair o texto “Viver em relações bem-sucedidas: princípios básicos de uma ética sexual renovada”, que não alcançou uma maioria de dois terços.

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Não haverá mudanças na moral sexual na Igreja alemã. O Caminho Sinodal Alemão fez cair o texto “Viver em relações bem-sucedidas: princípios básicos de uma ética sexual renovada”, que não alcançou uma maioria de dois terços.

Apesar de 33 bispos terem votado a favor, a recusa de 21 e a abstenção de outros 3 impediram que o documento seguisse adiante. Um facto que provocou a decepção dos mais jovens, que saíram da sala a chorar e organizaram um protesto espontâneo.

Especificamente, 82,8% dos delegados votaram a favor do texto, mas a maioria episcopal foi de 61,1%, de modo que a maioria necessária de dois terços entre os pastores não foi conseguida.

O presidente da Conferência Episcopal Alemã, Georg Bätzing, admitiu sentir-se “decepcionado com esta votação” e salientou que “a prática da sinodalidade ainda não foi suficientemente longe”.

Da mesma forma, o Cardeal Arcebispo de Munique, Reinhard Marx, afirmou: “Estou muito decepcionado. Os bispos também devem defender publicamente as suas posições e justificá-las”.

Na mesma linha, o bispo de Aachen, Helmut Dieser, sublinhou que “vivemos numa sociedade pluralista e liberal”, por isso agora não sabe como vai poder falar de sexo com a autoridade da sua Igreja atrás dele. “As declarações que deixam claro que alguém não quer mudar não são úteis”, acrescentou.

 

Até 100 jornalistas acreditados

Leigos e bispos retomaram hoje o processo que está prestes a entrar na sua recta final. A cidade de Frankfurt recebe a quarta assembleia plenária pela qual passará um total de 14 documentos que deverão ser submetidos à aprovação dos 230 membros titulares da reunião. Um facto que atraiu a atenção dos média, já que pelo menos 100 jornalistas foram acreditados.

A realidade é que essa recusa em realizar mudanças na moral sexual acontece depois de o Vaticano, da Secretaria de Estado, publicar a 21 de Julho uma declaração inusitada alertando os alemães de que “não seria legítimo começar nas dioceses, antes de um acordo aprovado ao nível da Igreja universal, novas estruturas ou doutrinas oficiais, que representariam uma ferida à comunhão eclesial e uma ameaça à unidade da Igreja”.

Homens e mulheres sinodais agora também terão que votar o documento sobre o acesso das mulheres aos ministérios eclesiais e ao sacerdócio, entre outras questões.

Artigo de Rubén Cruz, publicado em Vida Nueva Digital a 8 de Setembro de 2022.