Arquidiocese de Braga -

7 junho 2022

Dezenas de mortos com homens a disparar sobre fiéis nigerianos no Domingo de Pentecostes

Fotografia DR

DACS com La Croix International

O Papa Francisco lamentou o ataque à igreja católica na Nigéria, rezando pelas vítimas que foram “dolorosamente atacadas num momento de celebração”.

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Foi um Domingo negro para os fiéis na Nigéria, pois dezenas deles foram mortos a sangue frio durante a missa na Igreja Católica de São Francisco, na área do governo local de Owo, no estado de Ondo, sudoeste da Nigéria, na manhã de 5 de Junho.

Apesar de não haver números oficiais de vítimas e feridos, testemunhas oculares afirmam que 50 pessoas foram mortas.

O Papa Francisco disse que estava a rezar pelas vítimas que foram “dolorosamente atacadas num momento de celebração”, disse um comunicado do Vaticano.

O Papa “reza pelas vítimas e pelo país, dolorosamente agredido num momento de celebração, e confia todos ao Senhor, para que Deus envie o seu Espírito para consolá-los”, disse Matteo Bruni, director da Sala de Imprensa da Santa Sé, no Domingo.

Num comunicado de imprensa assinado pelo secretário de imprensa do Governador do Estado de Ondo, Richard Olatunde garantiu ao público que vão perseguir os assassinos e fazê-los pagar pelo crime.

Afirmou que o governo condena o acto insensível e que está com as famílias das vítimas, mas também que o governador do estado de Ondo, Arakunrin Oluwarotimi Akeredolu, está “profundamente entristecido” pelo assassínio de pessoas inocentes de Owo, que rezam na Igreja Católica de São Francisco.

“O ataque vil e satânico é um ataque calculado ao povo pacífico de Owo, que tem desfrutado de relativa paz ao longo dos anos”, dizia o comunicado, descrevendo o incidente como “um Domingo negro em Owo".

“Falei com o Bispo da Diocese Católica de Ondo, o Reverendíssimo Jude Arogundade, que actualmente está a caminho de Owo. Da mesma forma, tive que interromper a missão nacional do meu partido em Abuja e visitar Owo imediatamente”, disse o governador.

“Este é um desenvolvimento inesperado. Estou chocado, no mínimo. No entanto, devemos comprometer todos os recursos disponíveis para apanhar esses agressores e fazê-los pagar. Nunca nos curvaremos às maquinações de elementos sem coração nas nossas resoluções para livrar o nosso estado de criminosos”, afirmou.

 

“A escuridão nunca vencerá a luz”

Akeredolu também ofereceu as suas condolências às famílias daqueles que perderam as suas vidas “nesse ataque jorrível e infeliz”, bem como à Igreja Católica local. Ele pediu que “as pessoas permaneçam calmas e vigilantes”.

“Não tomem as leis nas vossas mãos. Falei com os líderes das agências de segurança. Também me asseguraram que agentes de segurança seriam enviados para monitorizar e restaurar a normalidade em Owo”, disse.

O padre Anthony Adetayo, sacerdote da diocese vizinha de Ijebu-Ode no estado, perguntou em comunicado porque é que os agressores matariam os fiéis num dia em que a Igreja celebrava o Domingo de Pentecostes.

Disse que os atiradores desconhecidos entraram na igreja no momento em que a missa estava a terminar e abriram fogo contra paroquianos inocentes.

“Também fizeram uso de alguns explosivos. Muitos paroquianos dispersaram-se na tentativa de se salvarem, mas, mesmo assim, muitos perderam a vida e muitos ficaram terrivelmente feridos”.

A polícia está no encalço dos atiradores desconhecidos que fugiram das imediações da igreja após o tiroteio.

Enquanto isso, os paroquianos que sofreram vários graus de ferimentos foram levados às pressas para diferentes hospitais para atendimento urgente.

O presidente nigeriano Muhammadu Buhari emitiu um comunicado em resposta ao ataque, expressando as suas condolências às famílias das vítimas e ordenou que as agências de emergência ajudassem os feridos.

“Não importa o que aconteça, este país nunca cederá às pessoas más e perversas, e as trevas nunca superarão a luz. A Nigéria acabará por vencer”, dizia o comunicado do presidente.

 

Artigo de  Justine John Dyikuk, publicado no La Croix International a 6 de Junho de 2022.