Arquidiocese de Braga -

27 abril 2022

Há muitas boas razões para o Papa Francisco não ir à Ucrânia. A futilidade não é uma delas.

Fotografia Vatican Media

DACS com America

Papa Francisco indicou numa entrevista que não tinha ido a Kiev porque “não pode fazer nada que coloque em risco objectivos mais elevados, que são o fim da guerra, uma trégua ou, pelo menos, um corredor humanitário”.

\n

O Papa Francisco nomeou Laurent Bernard Marie Ulrich, Arcebispo de Lille desde 2008, como o novo Arcebispo de Paris.

A nomeação anunciada ontem, terça-feira, ocorre cinco meses depois de o arcebispo anterior renunciar devido a relatos de um relacionamento com uma mulher.

O arcebispo Michel Aupetit negou qualquer relação íntima com a mulher, embora reconheça que o seu comportamento possa ter sido ambíguo.

Vários dias depois de aceitar a renúncia de Aupetit, o Papa Francisco disse a alguns jornalistas que o fez não porque o arcebispo tivesse pecado, mas porque as conversas em torno dele deixaram-no numa posição que já não lhe permitia governar a grande arquidiocese.

O arcebispo Ulrich, nascido em Dijon, tem 71 anos, completando 72 em Setembro. Terá que entregar a renúncia a Francisco, que pode ou não aceitá-la, em menos de quatro anos. Provavelmente precisará de todo o tempo que lhe for permitido para trazer paz e cura à famosa arquidiocese francesa.

Além disso, se a restauração da Catedral prosseguir conforme o esperado, terá um papel de presidência na reabertura da Notre Dame de Paris, um evento que o presidente recém-reeleito Emmanuel Macron prometeu que precederá ou coincidirá com os Jogos Olímpicos de Paris de 2024.

Falando com a rádio católica RCF Hauts-de-France imediatamente após o anúncio da sua nomeação, o arcebispo Ulrich disse: “Imediatamente expressei ao núncio uma grande surpresa, um espanto, quase uma forma de dizer «não». Lutei interiormente e espiritualmente porque disse a mim mesmo que aquilo não era para mim e que não era a pessoa certa para o trabalho. Já tenho alguns anos de serviço, então imaginem, esta é a quarta diocese que vou servir”.

D.  Laurent Bernard Marie Ulrich continuou: “O meu ministério como bispo de Paris será um ministério que pretende manifestar a amizade de Cristo. Por isso não sei se vou conseguir demonstrar isso com as minhas qualidades e os meus defeitos. Não sei mesmo se realmente conseguirei mostrá-lo, mas é meu profundo desejo considerar os parisienses como meus amigos. Nunca ambicionei um cargo, nunca tive outra ambição senão fazer o que a Igreja me pede”.

Desde a saída do arcebispo Aupetit em Dezembro do ano passado que a arquidiocese é administrada por Georges Pontier, arcebispo emérito de Marselha.

O arcebispo Ulrich tomará posse numa cerimónia na Igreja de Saint-Sulpice, na capital francesa, na segunda-feira, 23 de Maio.

Artigo de James Roberts, publicado no The Tablet a 26 de Abril de 2022.