Arquidiocese de Braga -

8 abril 2022

Domingo de Ramos- Bendito o que vem em nome do Senhor!

Fotografia

Balasar (Santa Eulália)

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EVANGELHO – Lc 22,14-23,56 (forma longa) ou Lc 23,1-49 (forma breve)

 

N        Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

N        Quando chegou a hora,

          Jesus sentou-Se à mesa com os seus Apóstolos

          e disse-lhes:

J        «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa,

          antes de padecer;

          pois digo-vos que não tornarei a comê-la,

          até que se realize plenamente no reino de Deus».

N        Então, tomando um cálice, deu graças e disse:

J        «Tomai e reparti entre vós,

          pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira,

          até que venha o reino de Deus».

N        Depois tomou o pão e, dando graças,

          partiu-o e deu-lho, dizendo:

J        «Isto é o meu corpo entregue por vós.

          Fazei isto em memória de Mim».

N        No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo:

J        «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue,

          derramado por vós.

          Entretanto, está comigo à mesa

          a mão daquele que Me vai entregar.

          O Filho do homem vai partir, como está determinado.

          Mas ai daquele por quem Ele vai ser entregue!»

N        Começaram então a perguntar uns aos outros

          qual deles iria fazer semelhante coisa.

          Levantou-se também entre eles uma questão:

          qual deles se devia considerar o maior?

          Disse-lhes Jesus:

J        «Os reis da nações exercem domínio sobre elas

          e os que têm sobre elas autoridade são chamados malfeitores.

          Vós não deveis proceder desse modo.

          O maior entre vós seja como o menor

          e aquele que manda seja como quem serve.

          Pois quem é o maior: o que está à mesa ou o que serve?

          Não é o que está à mesa?

          Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve.

          Vós estivestes sempre comigo nas minhas provações.

          E Eu preparo para vós um reino,

          como meu Pai o preparou para Mim:

          comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino,

          e sentar-vos-eis em tronos,

          a julgar as doze tribos de Israel.

          Simão, Simão, Satanás vos reclamou

          para vos agitar na joeira como trigo.

          Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.

          E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos».

N        Pedro respondeu-Lhe:

R        «Senhor, eu estou pronto a ir contigo,

          até para a prisão e para a morte».

N        Disse-lhe Jesus:

J        «Eu te digo, Pedro: não cantará hoje o galo,

          sem que tu, por três vezes, negues conhecer-Me».

N        Depois acrescentou:

J        «Quando vos enviei sem bolsa nem alforge nem sandálias,

          faltou-vos alguma coisa?».

N        Eles responderam que não lhes faltara nada.

          Disse-lhes Jesus:

J        «Mas agora, quem tiver uma bolsa pegue nela,

          bem como no alforge;

          e quem não tiver espada venda a capa e compre uma.

          Porque Eu vos digo

          que se deve cumprir em Mim o que está escrito:

          ‘Foi contado entre os malfeitores’.

          Na verdade, o que Me diz respeito está a chegar ao fim».

N        Eles disseram:

R        «Senhor, estão aqui duas espadas».

N        Mas Jesus respondeu:

J        «Basta».

N        Então saiu

          e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras

          e os discípulos acompanharam-n’O.

          Quando chegou ao local, disse-lhes:

J        «Orai, para não entrardes em tentação».

N        Depois afastou-Se deles cerca de um tiro de pedra

          e, pondo-Se de joelhos, começou a orar, dizendo:

J        «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice.

          Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua».

N        Então apareceu-Lhe um Anjo, vindo do Céu, para O confortar.

          Entrando em angústia, orava mais instantemente

          e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue,

          que caíam na terra.

          Depois de ter orado,

          levantou-Se e foi ter com os discípulos,

          que encontrou a dormir, por causa da tristeza.

          Disse-lhes Jesus:

J        «Porque estais a dormir?

          Levantai-vos e orai, para não entrardes em tentação».

N        Ainda Ele estava a falar,

          quando apareceu uma multidão de gente.

          O chamado Judas, um dos Doze, vinha à sua frente

          e aproximou-se de Jesus, para O beijar.

          Disse-lhe Jesus:

J        «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do homem?»

N        Ao verem o que ia suceder,

          os que estavam com Jesus perguntaram-Lhe:

R        «Senhor, vamos feri-los à espada?»

N        E um deles feriu o servo do sumo sacerdote,

          cortando-lhe a orelha direita.

          Mas Jesus interveio, dizendo:

J        «Basta! Deixai-os».

N        E, tocando na orelha do homem, curou-o.

          Disse então Jesus aos que tinham vindo ao seu encontro,

          príncipes dos sacerdotes, oficiais do templo e anciãos:

J        «Vós saístes com espadas e varapaus,

          como se viésseis ao encontro dum salteador.

          Eu estava todos os dias convosco no templo

          e não Me deitastes as mãos.

          Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.

N        Apoderaram-se então de Jesus,

          levaram-n’O e introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote.

          Pedro seguia-os de longe.

          Acenderam uma fogueira no meio do pátio,

          sentaram-se em volta dela

          e Pedro foi sentar-se no meio deles.

          Ao vê-lo sentado ao lume,

          uma criada, fitando os olhos nele, disse:

R        «Este homem também andava com Jesus».

N        Mas Pedro negou:

R        «Não O conheço, mulher».

N        Pouco depois, disse outro, ao vê-lo:

R        «Tu também és um deles».

N        Mas Pedro disse:

R        «Homem, não sou».

N        Passada mais ou menos uma hora,

          afirmava outro com insistência:

R        «Esse homem, com certeza, também andava com Jesus,

          pois até é galileu».

N        Pedro respondeu:

R        «Homem, não sei o que dizes».

N        Nesse instante – ainda ele falava – um galo cantou.

          O Senhor voltou-Se e fitou os olhos em Pedro.

          Então Pedro lembrou-se da palavra do Senhor,

          quando lhe disse:

          ‘Antes do galo cantar, Me negarás três vezes’.

          E, saindo para fora, chorou amargamente.

          Entretanto, os homens que guardavam Jesus

          troçavam d’Ele e maltratavam-n’O.

          Cobrindo-Lhe o rosto, perguntavam-Lhe:

R        «Adivinha, profeta: Quem te bateu?»

N        E dirigiam-Lhe muitos outros insultos.

          Ao romper do dia,

          reuniu-se o conselho dos anciãos do povo,

          os príncipes dos sacerdotes e os escribas.

          Levaram-n’O ao seu tribunal e disseram-Lhe:

R        «Diz-nos se Tu és o Messias».

N        Jesus respondeu-lhes:

J        «Se Eu vos disser, não acreditareis

          e, se fizer alguma pergunta, não respondereis.

          Mas o Filho do homem sentar-Se-á doravante

          à direita do poder de Deus».

N        Disseram todos:

R        «Tu és então o Filho de Deus?»

N        Jesus respondeu-lhes:

J        «Vós mesmos dizeis que Eu sou».

N        Então exclamaram:

R        «Que necessidade temos ainda de testemunhas?

          Nós próprios o ouvimos da sua boca».

N        Levantaram-se todos e levaram Jesus a Pilatos.

N        Começaram a acusá-l’O, dizendo:

R        «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo,

          a impedir que se pagasse o tributo a César

          e dizendo ser o Messias-Rei».

N        Pilatos perguntou-Lhe:

R        «Tu és o Rei dos judeus?»

N        Jesus respondeu-lhe:

J        «Tu o dizes».

N        Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão:

R        «Não encontro nada de culpável neste homem».

N        Mas eles insistiam:

R        «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia,

          desde a Galileia, onde começou, até aqui».

N        Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu;

          e, ao saber que era da jurisdição de Herodes,

          enviou-O a Herodes,

          que também estava nesses dias em Jerusalém.

          Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito.

          Havia bastante tempo que O queria ver,

          pelo que ouvia dizer d’Ele,

          e esperava que fizesse algum milagre na sua presença.

          Fez-Lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.

          Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam

          acusavam-n’O com insistência.

          Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo

          e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico

          e remeteu-O a Pilatos.

          Herodes e Pilatos, que eram inimigos,

          ficaram amigos nesse dia.

          Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes,

          os chefes e o povo, e disse-lhes:

R        «Trouxestes este homem à minha presença

          como agitador do povo.

          Interroguei-O diante de vós

          e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais.

          Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo.

          Como vedes, não praticou nada que mereça a morte.

          Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».

N        Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso

          por ocasião da festa.

          E todos se puseram a gritar:

R        «Mata Esse e solta-nos Barrabás».

N        Barrabás tinha sido metido na cadeia

          por causa de uma insurreição desencadeada na cidade

          e por assassínio.

          De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra,

          querendo libertar Jesus.

          Mas eles gritavam:

R        «Crucifica-O! Crucifica-O!»

N        Pilatos falou-lhes pela terceira vez:

R        Mas que mal fez este homem?

          Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte.

          Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».

N        Mas eles continuavam a gritar,

          pedindo que fosse crucificado,

          e os seus clamores aumentavam de violência.

          Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam:

          soltou aquele que fora metido na cadeia

          por insurreição e assassínio,

          como eles reclamavam,

          e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.

N        Quando o conduziam,

          lançaram mão de um certo Simão de Cirene,

          que vinha do campo,

          e puseram-lhe a cruz às costas,

          para a levar atrás de Jesus.

          Seguia-O grande multidão de povo

          e mulheres que batiam no peito

          e se lamentavam, chorando por Ele.

          Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes:

J        «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim;

          chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;

          pois dias virão em que se dirá:

          ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram

          e os peitos que não amamentaram’.

          Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’;

          e às colinas: ‘Cobri-nos’.

          Porque, se tratam assim a madeira verde,

          que acontecerá à seca?».

N        Levavam ainda dois malfeitores

          para serem executados com Jesus.

          Quando chegaram ao lugar chamado Calvário,

          crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores,

          um à direita e outro à esquerda.

          Jesus dizia:

J        «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».

N        Depois deitaram sortes,

          para repartirem entre si as vestes de Jesus.

          O povo permanecia ali a observar.

          Por sua vez, os chefes zombavam e diziam:

R        «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo,

          se é o Messias de Deus, o Eleito».

N        Também os soldados troçavam d’Ele;

          aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:

R        «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo».

N        Por cima d’Ele havia um letreiro:

          «Este é o rei dos judeus».

          Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados

          insultava-O, dizendo:

R        «Não és Tu o Messias?

          Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».

N        Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:

R        «Não temes a Deus,

          tu que sofres o mesmo suplício?

          Quanto a nós, fez-se justiça,

          pois recebemos o castigo das nossas más acções.

          Mas Ele nada praticou de condenável».

N        E acrescentou:

R        «Jesus, lembra-Te de mim,

          quando vieres com a tua realeza».

N        Jesus respondeu-lhe:

J        «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».

N        Era já quase meio-dia,

          quando as trevas cobriram toda a terra,

          até às três horas da tarde,

          porque o sol se tinha eclipsado.

          O véu do templo rasgou-se ao meio.

          E Jesus exclamou com voz forte:

J        «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».

N        Dito isto, expirou.

N        Vendo o que sucedera,

          o centurião deu glória a Deus, dizendo:

R        «Realmente este homem era justo».

N        E toda a multidão que tinha assistido àquele espetáculo,

          ao ver o que se passava, regressava batendo no peito.

          Todos os conhecidos de Jesus,

          bem como as mulheres que O acompanhavam

          desde a Galileia,

          mantinham-se à distância, observando estas coisas.

N        Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia,

          que era pessoa reta e justa e esperava o reino de Deus.

          Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado

          com a decisão e o proceder dos outros.

          Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.

          E depois de o ter descido da cruz,

          envolveu-o num lençol

          e depositou-o num sepulcro escavado na rocha,

          onde ninguém ainda tinha sido sepultado.

          Era o dia da Preparação

          e começavam a aparecer as luzes do sábado.

          Entretanto,

          as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia

          acompanharam José e observaram o sepulcro

          e a maneira como fora depositado o corpo de Jesus.

          No regresso, prepararam aromas e perfumes.

          E no sábado guardaram o descanso, conforme o preceito.

(In Portal Dehonianos)