Arquidiocese de Braga -

11 março 2022

Dominika Chylewska: “Os refugiados precisam, acima de tudo, de se sentirem seguros”

Fotografia

DACS com Vida Nueva Digital

Voluntária da Cáritas Polónia está na fronteira a atender às necessidades urgentes dos ucranianos.

\n

Na fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, as consequências humanitárias da invasão ucraniana pela Rússia são sentidas de perto.

A guerra está a deixar, desde o primeiro dia, milhares de deslocados que chegam ao território polonês todos os dias.

Os voluntários da Cáritas Polónia também lá estiveram a entregar alimentos ou material de higiene da Cáritas Ivano-Frankivsk, a oferecer comida quente obtida por uma equipa da Cáritas Lviv, ou a oferecer apoio psicológico por telefone a partir da delegação de Ternopil... Enquanto a Arquidiocese de Przemysl manda um camião com milhares de sandes, água e sumo todas as manhãs e tardes.

A trabalhar na fronteira está Dominika Chylewska, uma voluntária da Cáritas Polónia que atende às necessidades urgentes dos ucranianos – fundamentalmente mulheres e crianças – que conseguiram sair.

Com a memória da crise fronteiriça entre a Polónia e a Bielorrússia, a entidade eclesial desdobrou o seu potencial para atender a esta emergência humanitária sem deixar as suas actividades habituais.

Para além do primeiro acolhimento, estão a ser apresentados na fronteira programas preparados para assistência psicológica a crianças em centros sociais e jardins de infância, para o transtorno de stress pós-traumático, para as necessidades dos idosos sozinhos, ou os diferentes planos de contingência.

 

Onde é que a Cáritas Polónia trabalha actualmente?

A Cáritas Polónia coopera com cerca de 44 Cáritas locais de todo o país para ajudar a Ucrânia. Também trabalhamos com a Cáritas Ucrânia (das paróquias católicas de rito oriental) e a Cáritas Spes (das paróquias de rito latino). Além disso, assim que o ataque começou, a Cáritas Polónia decidiu transferir mais de 20 mil euros para a Cáritas Ucraniana, valor que foi posteriormente aumentado em mais 100 mil euros.

O trabalho é feito em diferentes níveis. Só nos primeiros dias dos ataques, foram obtidas 2.000 vagas para órfãos e crianças com deficiências diversas da Ucrânia – que são as evacuações mais complexas que estamos a realizar – e foram distribuídos 2.000 pacotes com alimentos e produtos de higiene e cosméticos. Além disso, a Cáritas, com outras duas entidades, está a prestar ajuda directa aos refugiados na fronteira em pontos de assistência onde são distribuídos alimentos, bebidas quentes, garrafas térmicas, cobertores e sacos-cama.

Em Przemysl, o principal ponto de entrada para os refugiados da Ucrânia, os voluntários locais da Cáritas distribuíram 50 mil refeições quentes em duas semanas a refugiados e autoridades locais, serviços médicos e voluntários; distribuem sandes, doces, cobertores e colchões. Algo semelhante também está a ser feito nas cidades de Korczowa, Kroscienek, Chotyniec e Młyny, onde até geradores tiveram que ser fornecidos para que o hospital pudesse atender às novas exigências.

 

Quais são as necessidades dos refugiados que chegam ao seu país?

Os refugiados que chegam à Polónia precisam sobretudo de comida, cobertores quentes, um lugar para se aquecerem depois de uma longa viagem, um lugar para descansar, tomar banho e dormir pelo menos uma noite. Precisam de coordenação para transporte e logística. Pelo que vemos, a maioria já arranjou alguns lugares para dormir: família, amigos na Polónia e no exterior. De qualquer forma, precisam, acima de tudo, de se sentirem seguros na Polónia.

Artigo de Mateo González Alonso, publicado em Vida Nueva Digital a 11 de Março de 2022.