Arquidiocese de Braga -
9 março 2022
Comunicação é vital para a construção da confiança sinodal
DACS com The Tablet
“O processo sinodal pode ser visto como tendo algo a oferecer também à sociedade em geral”.
Em nome da COMECE (Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia), à qual preside, o Cardeal Jean-Claude Hollerich escreveu ao Patriarca Kirill "com imensa dor no coração", pedindo-lhe para ser parte da solução do conflito armado que assola a Ucrânia.
"De coração partido, ouvimos as vozes dos nossos irmãos e irmãs que estão a sofrer pela tolice da guerra na Ucrânia, cujas horrorosas consequências estão mesmo diante dos nossos olhos. Milhares – soldados e civis – já perderam as suas vidas e mais de um milhão de pessoas foram deslocadas ou saíram da sua terra, muitas delas mulheres e crianças vulneráveis", sublinhou.
O Presidente afirmou que, à medida que o conflito se intensifica, maior é a necessidade de assistência humanitária, enquanto os esforços diplomáticos continuam sem dar frutos, não sendo de excluir o escalar da guerra até um ponto global.
"Nestes momentos negros da humanidade, acompanhados por sentimentos intensos de desesperança e medo, muitos olham para si, Sua Santidade, como alguém que poderia ser um sinal de esperança para este conflito", indicou.
D. Hollerich lembrou o Patriarca Kirill das palavras proferidas em conjunto com o Papa Francisco em 2016, apelando à paz e à solidariedade social, e pediu-lhe para não deixar que essas sejam palavras "em vão".
"Partilhando os sentimentos do Papa Francisco sobre a angústia e preocupação repetidamente expressas pelos «rios de sangue e lágrimas que correm na Ucrânia», imploro a Sua Santidade no espírito da fraternidade: por favor, dirija um apelo urgente às autoridades russas para pararem de imediato as hostilidades contra o povo Ucraniano e para demonstrarem boa vontade para alcançarem uma solução diplomática para o conflito, baseada no diálogo, senso comum e respeito pelo direito internacional, ao mesmo tempo que permitem corredores humanitários e acesso livre à assistência humanitária", apelou.
O Presidente da COMECE recordou ainda ao Patriarca as suas palavras ao Núncio Apostólico para a Federeação Russa: "a Igreja pode ser uma força de pacificação". A carta foi assinada e enviada a 8 de Março.
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