Arquidiocese de Braga -
9 março 2022
Angola: crença em feitiçaria ainda preocupa a Igreja local
DACS com Vatican News
Algumas comunidades em Angola ainda acreditam em feitiçaria, o que por vezes leva a violência e morte.
O Pe. Bonifácio Tchimboto, Director da Comissão Nacional de Pastoral Bíblica da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), em entrevista ao Vatican News, disse que a prática, crença e medo da feitiçaria ainda é um grande desafio não apenas às comunidades, mas também à pastoral e à academia em Angola e em outros lugares de África.
Aldeias paralisadas de medo
A crença na feitiçaria é suficiente para retardar o desenvolvimento de uma comunidade, paralisar uma aldeia com medo e, finalmente, causar conflitos nas famílias, diz o padre Tchimboto, estudioso da Bíblia, teólogo e pós-doutorando em Estudos Africanos.
É sacerdote da Diocese de Benguela, em Angola.
O padre Tchimboto é também pároco de S. Pedro do Liro, no Lobito, onde divide a sua investigação académica com o ministério pastoral.
Bruxaria: Uma explicação conveniente
Em Angola, como em outras partes da África, a crença na feitiçaria ainda é grande.
O tópico é sensível e geralmente não está aberto a discussão pública. A maioria dos acusados de feitiçaria são inevitavelmente evitados pela sociedade e geralmente banidos da aldeia.
Às vezes, ser suspeito de feitiçaria numa aldeia pode levar à violência, ou mesmo à morte.
Embora a feitiçaria não seja reconhecida nos códigos penais de muitos países africanos, os acusados estão frequentemente à mercê da máfia ou da (in)justiça da comunidade.
A triste verdade é que, às vezes, quando uma comunidade não consegue explicar um infortúnio, o caminho infeliz e mais conveniente é acusar alguém de feitiçaria.
Partilhar