Arquidiocese de Braga -

O Papa Francisco, o patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, e o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, pedem uma “colaboração cada vez mais estreita entre todas as igrejas no seu compromisso com o cuidado da criação”. O pedido vem numa mensagem conjunta dos três líderes religiosos divulgada na terça-feira, dia 7.

Na mensagem, os três líderes afirmam que, “juntos, como comunidades, igrejas, cidades e nações, devemos mudar de rumo e descobrir novos caminhos de trabalhar juntos para abater as barreiras tradicionais entre os povos, para parar de competir por recursos e começar a colaborar”.

Francisco, Bartolomeu I e Justin Welby consideram esta “calamidade mundial” uma “oportunidade para nos arrependermos, para inverter o rumo com determinação, para caminhar na direcção oposta”.

“Apercebemos-nos que ninguém está seguro até que todos estejam seguros, que as nossas acções afectam-nos mutuamente, e que o que fazemos hoje influencia o que acontecerá amanhã”, dizem.

Os três líderes religiosos lembram que se maximizaram os interesses do presente “às custas das gerações futuras” e apontam que, se por um lado, a tecnologia abriu novas possibilidades de progresso, por outro, induziu a “acumular riquezas desenfreadas” com pouca preocupação com as outras pessoas ou com os limites do planeta. 

“Devemos decidir que tipo de mundo queremos deixar para as gerações futuras. Devemos escolher viver de forma diferente; devemos escolher a vida”, escrevem os líderes da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa de Constantinopla e da Igreja Anglicana.

Na mensagem, Francisco, Bartolomeu I e Justin Welby sublinham várias vezes o conceito de que as mudanças climáticas não são apenas um desafio futuro, mas uma questão imediata e urgente de sobrevivência. 

Os três líderes convidam ainda os líderes mundiais a rezar antes da 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP26), que será realizada em Glasgow, de 1 a 12 de Novembro. Esta conferência tem como objectivos atingir emissões neutras de gases de efeito de estufa pelo meio do século, manter o aquecimento global até aos 1,5 graus Celsius, a adaptação para a protecção de comunidades e habitats naturais, mobilizar o financiamento de medidas climáticas, finalizar as regras do Acordo de Paris e acelerar a colaboração entre governos, empresas e sociedade civil.