Arquidiocese de Braga -

11 março 2021

Giménez Barriocanal: “Se a Igreja não for transparente, não será nada”

Fotografia © AICA

DACS com Vida Nueva Digital

O subsecretário para os Assuntos Económicos do Episcopado Espanhol e a directora do Gabinete de Transparência, Ester Martín, apresentaram o livro “Uma casa de vidro. O caminho da transparência e da boa governança na Igreja”.

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“Se a Igreja não for transparente, não será nada”. Com esta afirmação, Fernando Giménez Barriocanal, subsecretário para os Assuntos Económicos da Conferência Episcopal Espanhola, manifestou a sua convicção durante a apresentação do livro “Uma casa de vidro. O caminho da transparência e do bom governo na Igreja”. 

Editado pela EDICE, a obra é escrita a quatro mãos por Giménez Barriocanal e Ester Martín Domínguez, directora do Gabinete de Transparência do Episcopado.

Além dos autores, o evento contou com a presença de Jesús Lizcano Álvarez, professor da Universidade Autónoma de Madrid, cofundador e ex-presidente da organização “Transparência Internacional Espanha”, e Manuel Fanjul García, director geral das Publicações da Conferência Episcopal e director da EDICE. O secretário geral dos bispos, Luis Argüello, fez o encerramento da apresentação.

 

Dimensão pastoral e comunicativa

“A transparência eclesial não tem apenas uma dimensão estritamente jurídica ou canónica, mas também pastoral e comunicativa”, afirmou Giménez Barriocanal, que valorizou positivamente o caminho percorrido com iniciativas como o relatório anual de actividades, ou as auditorias a que as contas eclesiais são submetidas. “Isto é um caminho, há muito a fazer, por isso é que o livro também é crítico e aborda as dificuldades de aplicação dessa transparência”, admitiu.

“São muitas as urgências, mas a sociedade exige-nos clareza máxima e estamos a trabalhar pela homologação das contas, para que todos prestem contas da mesma forma”, afirmou. Para Giménez Barriocanal, é necessário um esforço ainda maior de comunicação, é preciso "relacionar o dinheiro com aquilo que se faz".

“Entrámos num processo de constante aperfeiçoamento e controlo. É necessário impregnar esta transparência a todos os níveis das nossas organizações de forma transversal, promovendo uma mudança de mentalidade”, afirmou Ester.

A responsável indicou que essas práticas foram replicadas a nível diocesano desde o começo do Gabinete de Transparência que dirige. “Precisamos, por exemplo, de um plano de contabilidade em todas as dioceses”, sugeriu.

 

Sempre com um sorriso

Por sua vez, o bispo auxiliar de Valladolid, Luis Argüello, afirmou querer “tornar a vida trinitária, a comunhão, a missão e a misericórdia transparentes”. 

“Estamos cheios de protocolos e medidas que são uma espécie de penitência, mas que, ao mesmo tempo, permitem tornar visível o invisível e mostrar um estilo de bom governo, porque somos pecadores”, disse o porta-voz dos bispos.

“Esta obra é um livro didáctico para fazer um bom caminho, um caminho sinodal, como diz Francisco, sabendo que a Igreja é uma realidade encarnada que exige bens e recursos”, elogiou Argüello.

“Na medida em que os utiliza, a Igreja tem que prestar contas e submeter-se humildemente ao controlo das regras do jogo em que vivemos, mas sempre com um sorriso”, acrescentou.
 

Artigo de José Bektrán, publicado em Vida Nueva Digital