Arquidiocese de Braga -

2 abril 2019

"Cristo Vive" é a nova Exortação do Papa

Fotografia DR

DACS

Documento não esquece temas que estão na ordem do dia e transmite mensagem de esperança aos mais jovens.

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Foi hoje apresentada a nova Exortação Apostólica do Papa, "Cristo Vive", dedicada aos jovens de todo o mundo. 

O documento surge a partir do Sínodo dos Bispos em Outubro de 2018 e que se debruçou sobre a relação entre os jovens e a Igreja Católica. A assembleia foi precedida por um inquérito global que envolveu milhares de pessoas, crentes e não-crentes.

Em "Cristo Vive", o Papa começou por explicar que a juventude, "mais do que uma idade, é um estado do coração", sendo possível à Igreja, por isso, renovar-se em diversas fases da história.

"Peçamos ao Senhor que liberte a Igreja daqueles que querem envelhecê-la, ancorá-la ao passado, travá-la, torná-la imóvel. Peçamos também que a livre doutra tentação: acreditar que é jovem porque cede a tudo o que o mundo lhe oferece, acreditar que se renova porque esconde a sua mensagem e mimetiza-se com os outros. Não! É jovem quando é ela mesma, quando recebe a força sempre nova da Palavra de Deus, da Eucaristia, da presença de Cristo e da força do seu Espírito em cada dia. É jovem quando consegue voltar continuamente à sua fonte", escreveu. 

Francisco reconheceu que é necessário mudar algumas coisas concretas, o que apenas será possível se for tida em consideração a opinião e visão dos jovens.

"Embora haja jovens a quem agrada ver uma Igreja que se manifesta humildemente segura dos seus dons e também capaz de exercer uma crítica leal e fraterna, outros jovens reclamam uma Igreja que escute mais, que não passe o tempo a condenar o mundo. Não querem ver uma Igreja calada e tímida, mas tão-pouco desejam que esteja sempre em guerra por dois ou três assuntos que a obcecam. Para ser credível aos olhos dos jovens, precisa às vezes de recuperar a humildade e simplesmente ouvir, reconhecer, no que os outros dizem, alguma luz que a pode ajudar a descobrir melhor o Evangelho", sublinhou.

Ao longo do documento, o Pontífice utiliza várias histórias dos Apóstolos, de personagens bíblicas e de jovens santos para transmitir uma mensagem de esperança e acolhimento aos jovens de todo o mundo. Também a responsabilidade da Igreja em acompanhar os mais novos é alvo de reflexão.

Os temas que estão na ordem do dia – como as reivindicações das mulheres, os abusos ou a digitalização, entre outros – não foram esquecidos e são abordados ao longo dos vários capítulos da Exortação.

"Os jovens precisam de ser respeitados na sua liberdade, mas necessitam também de ser acompanhados. A família deveria ser o primeiro espaço de acompanhamento. A pastoral juvenil propõe um projeto de vida baseado em Cristo: a edificação duma casa, duma família construída sobre a rocha (cf. Mt 7, 24-25). Para a maioria deles, esta família, este projeto concretizar-se-á no matrimónio e na caridade conjugal. Por isso, é necessário que a pastoral juvenil e a pastoral familiar tenham uma continuidade natural, trabalhando de maneira coordenada e integrada para poder acompanhar adequadamente o processo vocacional", afirma o Papa.

Francisco sublinhou ainda a necessidade de cada jovem percorrer o seu próprio caminho, à semelhança de Maria que também enfrentou vários desafios e questões durante a sua juventude.

"Queridos jovens, ficarei feliz vendo-vos correr mais rápido do que os lentos e medrosos. Correi «atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre. O Espírito Santo vos impulsione nesta corrida para a frente. A Igreja precisa do vosso ímpeto, das vossas intuições, da vossa fé. Nós temos necessidade disto! E quando chegardes aonde nós ainda não chegamos, tende a paciência de esperar por nós»", conclui assim o Papa a Exortação.

[Exortação disponível aqui]