Arquidiocese de Braga -
16 janeiro 2019
Médicos Católicos: "Não há drogas boas!"
DACS com Leopoldina Simões
Associação dos Médicos Católicos Portugueses alertou para os problemas de ordem médica que a legalização da canábis pode trazer.
O Bloco de Esquerda vai propor ao Parlamento Português a legalização da canábis para fins recreativos. A discussão em sede parlamentar está agendada para amanhã, 17 de janeiro.
A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMPC) alertou para os problemas de ordem médica que a legalização desta droga pode trazer e apelou ao bom senso e à responsabilidade política dos deputados.
"São vários os estudos, de diferentes áreas médicas, que comprovam que o uso da droga canábis se encontra associado a alterações estruturais e funcionais no sistema nervoso central, com consequências nefastas para a saúde psíquica, e com riscos aumentados em casos de consumo prolongado ou desde idade precoce", sublinhou a Associação.
A AMCP acrescentou ainda que não há drogas boas, já que todas elas têm riscos para a saúde, contrariando a ideia errada, principalmente junto dos mais jovens, de que o seu consumo não causa dano.
"Por esse motivo, não se justifica que venha a ser aprovada legislação, no sentido do uso de qualquer droga para fins recreativos, pois o mais importante para a saúde pública é que esse consumo seja evitado", justificou.
Os médicos católicos acreditam que qualquer iniciativa política no sentido de legalizar a canábis para fins recreativos não será uma medida eficaz para reduzir o seu consumo e que, pelo contrário, irá levar a um aumento do número de pessoas que consumem esta droga.
"O Estado tem que manter uma linha de coerência política. A lei também tem uma função pedagógica, pelo que a legalização da canábis daria um sinal contraditório à sociedade, contribuindo para que muitos jovens e adolescentes desvalorizassem os riscos associados ao consumo desta droga, acabando por tornar o próprio Estado cúmplice em relação a esses danos e perigos", afirmou a AMCP.
Enquanto associação católica, a AMCP entende ainda que para além das óbvias questões médicas, é importante reiterar mais do que nunca o alerta do Papa Francisco, de que “a droga é um mal e ante o mal não se pode ceder nem ter compromissos”.
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