Arquidiocese de Braga -

28 julho 2016

Clara Nogueira: o testemunho de "serviço e entrega" de uma voluntária portuguesa na JMJ

Fotografia

DACS

Jovem de 23 anos não esperava estar em Cracóvia, mas considera o voluntariado na JMJ uma "verdadeira bênção".

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Quando se começou a aproximar a JMJ 2016, começou também a demanda do DACS por testemunhos de quem vive a maior reunião de jovens ao vivo. No meio das pessoas que fomos conhecendo e de quem nos aproximámos – sempre de forma virtual – surgiu Clara Nogueira, de 23 anos, voluntária na equipa de língua portuguesa das redes sociais. Clara tem vivido os dias – e as noites – em Cracóvia a um ritmo alucinante, o cansaço é muito. Mas sempre se mostrou afável e disponível para colaborar connosco. Por momentos fez-nos sentir que também o Departamento estava ali. Depois de alguns e-mails trocados, aqui fica a experiência de Clara, um testemunho de “serviço e entrega” a Deus e aos outros.

 

Há dois meses seria difícil imaginar estar aqui. A minha vinda para Cracóvia foi inesperada e é uma verdadeira benção. Fui desafiada em Junho, muito perto do fim das inscrições, a vir como voluntária para fazer parte da equipa de língua portuguesa das redes sociais. Nunca tinha estado numa Jornada e vir como voluntária seria uma alegria ainda maior. Até porque é caminhar ao encontro do que sempre quis. Quando há quase 5 anos deixei Guimarães para estudar Comunicação em Lisboa, esse era um dos meus maiores anseios: pôr-me, no que fizesse, ao serviço de Deus e dos outros.

E é isso que fazem tantos jovens que falam 22 línguas diferentes na sala das redes sociais, num belo edifício no centro de Cracóvia. Com Santa Faustina e São João Paulo II numa das paredes e bandeiras de todo o mundo noutra. A emoção de ver o Papa na televisão a saudar os peregrinos a poucos quilómetros de distância e fazer chegar a sua voz a todos os cantos do mundo é muito emocionante e ao contrário do que possa parecer é sentido por todos como um grande privilégio. Por aqui, há muita alegria, bate-se palmas, erguem-se as bandeiras e até há olhos húmidos de emoção.

Em toda a cidade é assim. É muito bonito e comovente ver tanta alegria nas ruas. Tantos países, tantos sorrisos, tantas bandeiras. Cantam todos juntos pelo Papa e cada um grita pelo seu país. Não para lembrar a diferença mas pela alegria de todas as noções do Mundo louvarem o Senhor.

Hoje já chamo casa ao ginásio gigante que se encheu de centenas beliches. Partilho as refeições com amigos do outro lado do mundo. Estamos juntos como se sempre tivéssemos estado. E há uma alegria nessas amizades que só pode vir de Deus.

Estes dias tomam conta do que somos, devoram-nos a energia, e a eternidade até parece caber lá dentro. Mas não se fecham; enviam-nos. Mandam-nos de volta para a vida que temos. E voltamos com a alegria de quem foi enviado. Com a memória de um encontro de confiança, com a certeza de que não estamos sós, como quem conheceu uma fonte de verdade que não acaba.

 

Clara Nogueira


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