Arquidiocese de Braga -
29 dezembro 2025
Arcebispo de Braga lembra que «a porta da esperança não se pode fechar»
Rita Cunha - DM
D. José Cordeiro presidiu à Celebração do encerramento do jubileu 2025
No encerramento do Jubileu 2025, o Arcebispo de Braga lembrou que «a porta da esperança não se pode fechar» e convidou cada um a ser portador e semeador de esperança para o mundo, através da proximidade ao outro, porque «a esperança está na proximidade».
«Precisamos de esperança, de olhar o presente com outros olhos, para que, apesar das guerras, das divisões ideológicas que se acentuam, da crise habitacional, da falta de trabalho digno e tantos outros problemas da nossa sociedade, sejamos capazes de perceber onde e como Deus nos chama a servir, e a fazer crescer a certeza de que, em todos os momentos e circunstâncias, somos filhos amados e nunca abandonados pelo Senhor», referiu D. José Cordeiro, ontem, na celebração que teve lugar numa Sé Catedral completamente lotada, apelando a um caminho conjunto, enquanto «servidores criativos, no caminho de Páscoa rumo ao Jubileu de 2033».
Na sua intervenção, o Prelado fez uma retrospetiva do Ano Jubilar, recordando «alguns dos sinais de esperança» que este ano «permitiu vislumbrar», entre eles a adoração eucarística nas comunidades cristãs em todos os dias do ano, concretizando uma das conclusões do 5.º Congresso Eucarístico Nacional; mas também a peregrinação jubilar dos 13 Arciprestados à Sé Primaz; o Jubileu dos Jovens em Roma; a Visita Pastoral; os Conselhos Pastorais Paroquiais ou da Unidade Pastoral, como espaços de corresponsabilidade eclesial diferenciada em sinergia, onde “o todo é maior que a soma das partes”; a promissora segunda edição do Renovar, um providencial laboratório de discernimento sinodal; a reconfiguração da Pastoral das Vocações; mais igrejas abertas; a formação integral, contínua e partilhada com leigos, clero e consagrados para a missão em chave sinodal; a formação dos agentes pastorais “prevenir+proteger=servir” nos Arciprestados sobre a prevenção e a cultura do cuidado, para combater todo o tipo de abuso; a pastoral penitenciária; o início da preparação de um grupo de candidatos ao Diaconado Permanente; a instituição de leigas no ministério de leitor, acólito e catequista; o serviço da Cáritas, das Santas Casas da Misericórdia, dos Centros Sociais Paroquiais e de tantas outras obras católicas; os processos da cultura da transparência com a prestação de contas e avaliação, não só dos bens económicos, mas também da missão pastoral.
Para D. José Cordeiro, estes são momentos «em que a graça jubilar foi procurada e alcançada por tantos fiéis», quer seja peregrinando a Roma, quer seja peregrinando às igrejas jubilares da Arquidiocese, nomeadamente as seis Basílicas menores – Congregados, Nossa Senhora do Sameiro, São Pedro do Toural, São Bento da Porta Aberta, Bom Jesus do Monte e São Torcato - e o Santuário Eucarístico de Balazar.
Por último, referiu-se à memória do I concílio ecuménico, realizado em Niceia há 1700 anos, bem como ao «aniversário redondo de um outro concílio ecuménico, o Vaticano II, que se concluiu há 60 anos».
"Precisamos de esperança, de olhar o presente com outros olhos, para que, apesar das guerras, das divisões ideológicas, da crise habitacional e da falta de trabalho digno sejamos capazes de perceber onde e como Deus nos chama a servir."
D. José Cordeiro aludiu igualmente ao dia de Natal e, em concreto, ao nascimento do Salvador, e em como uma «indefesa criança» se tornou numa «ameaça» para Herodes. «Em tantos momentos, também nós nos agarramos ao aparente poder que temos, esquecendo que enquanto discípulos de Cristo servir é o único poder a exercer, e que nada é mais importante do que partilhar a vida e o ser com aqueles que nos rodeiam, construindo verdadeira fraternidade entre os filhos de Deus», afirmou D. Jo-
sé Cordeiro.
Lembrou também o dia da Festa da Sagrada Família e que «uma família deve ser o lugar onde cada pessoa pode viver a verdade da sua vida, deixando cair as máscaras que tantas vezes usamos». «É o lugar onde cada um pode ser aquilo para o qual foi criado por Deus: para viver o amor eterno e incondicional», vincou, lamentando, contudo, que «muitas famílias» não consigam, «por diversos motivos, viver deste modo».
«Há muitas famílias destroçadas pelo luto, pelas dependências, pelos abusos, pela incapacidade de amar. Como comunidade cristã, não podemos deixar de lutar pela cultura do cuidado, indo ao encontro, acolhendo e escutando todas aquelas pessoas em cuja família não podem viver a graça da compreensão, do amor e da verdade», afirmou o Arcebispo de Braga.
O encerramento do Ano Jubilar na Sé de Braga contou ontem com a particularidade de ser solenizado por 13 coros, representando os 13 arciprestados da Arquidiocese de Braga, que receberam, no decorrer da celebração, elogios do Arcebispo de Braga.

Esta cerimónia foi o culminar de um ano intenso que contou com dezenas de atividades pastorais, com destaque para as 13 peregrinações jubilares à Sé Catedral, simbolizando a renovação e comunhão. As mesmas começaram em março, com Fafe, e terminaram com Vieira do Minho, no passado mês de novembro.
Estas peregrinações constituíram um grande movimento de fé e unidade na Arquidiocese de Braga, preparando-a para os próximos desafios e celebrações, especialmente o Jubileu de 2033.
"Como comunidade cristã, não podemos deixar de lutar pela cultura do cuidado, indo ao encontro, acolhendo e escutando todas aquelas pessoas em cuja família não podem viver a graça da compreensão, do amor e da verdade.

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