Arquidiocese de Braga -

15 dezembro 2025

“Que a alegria do Senhor seja a vossa força” - encerramento da Visita Pastoral a Celorico de Basto

Fotografia DR

Arciprestado de Celorico de Basto

D. José Cordeiro presidiu à celebração no Arciprestado, que incluiu a tomada de posse dos Conselhos Pastorais Paroquiais das 21 comunidades.

O encerramento da Visita Pastoral ao Arciprestado de Celorico de Basto decorreu este domingo, na Igreja Paroquial de São João Batista de Arnoia, com uma Oração de Vésperas, presidida por D. José Cordeiro, Arcebispo Metropolita de Braga, e concelebrada pelos Bispos Auxiliares D. Delfim Gomes e D. Nélio Pita, que durante um mês estiveram em visita às comunidades de Celorico de Basto.

Durante a homilia, e numa paróquia dedicada a S. João Batista, D. José Cordeiro falou de S. João Batista, Aquele que soube ocupar o seu lugar. “Nem de propósito, estamos numa paróquia dedicada a S. João Batista, ele que é uma figura eloquente do tempo do advento, como Isaías e a Virgem Santa Maria. Mas João Batista tem uma característica muito especial, ele podia ser aquilo que o povo queria que ele fosse, e foi capaz de dizer que não era. Ele era a grande estrela daquele tempo, Jesus nem sequer era conhecido, Ele é que era o conhecido das autoridades, e do povo e queriam-no proclamar como messias e ele disse, “não sou eu”, ele soube ocupar o seu lugar e dizer “é Ele, Ele é que é o cordeiro de Deus, Ele é que é Deus no meio de Nós”.

Uma alusão às escrituras que procurou alertar os presentes para impaciência com que cada um vive o seu dia a dia, também João Batista teve dúvidas e mandou perguntar a Jesus se Ele era o messias. “Nós às vezes cansamo-nos de esperar, começamos logo a julgar, criamos preconceitos, criamos explicações, inventamos histórias, a liturgia de hoje diz que a paciência é o caminho da ciência, o caminho da vida, mas deve ser uma paciência ativa, como João Batista procurou viver, e mesmo assim suscitou nele a dúvida. A pergunta faz parte do caminho, se não houver perguntas, é que temos de temer, as crianças fazem muitas perguntas, e ainda bem que o fazem, têm é que ter adultos que lhes respondam com verdade, com autenticidade, com testemunho da própria vida. E Jesus não lhe disse se era Ele ou se não era, só lhes disse, ide dizer que tudo aquilo que ele andou a anunciar está a acontecer: os cegos veem, os surdos ouvem… ou seja, todos têm uma segunda oportunidade, ninguém está perdido, todos têm a oportunidade de salvação, é esta a boa nova, é esta alegria, que não é de fora para dentro, é de dentro para fora, só quem é habitado pela alegria, habitado pela palavra, habitado pelos sacramentos, habitado pela fé, pela esperança, pela caridade é que pode testemunhar, o que João Batista testemunhou, com a própria vida”.

Um testemunho que D. José Cordeiro pediu a todos e cada um. Um testemunho de humildade, “é Ele que nos pode salvar, ninguém salva, nada nem ninguém” e acrescentou dizendo que é imperativo que cada um “dê um contributo positivo para que o mundo seja melhor, mais humano mais fraterno, mais cristão, mais iluminado por Jesus Cristo. Que sejamos artesãos da paz, da alegria, da esperança e passar da esperança à caridade, não delegar apenas nas entidades, mas suscitar de forma individual ou coletiva para que não sejamos indiferentes à dor, à pobreza (solidão, sofrimento, nas feridas que carregamos connosco, na precariedade, em tantas circunstâncias), devemo-nos contagiar das boas práticas que se vivem em comunidade”.

Uma celebração que encerrou com a tomada de posse dos Conselhos Pastorais Paroquiais das 21 paróquias do Arciprestado, a saber: Agilde (Santa Eufémia); Basto (S. Clemente); Canedo (Santa Maria); Basto (Santa Tecla); Caçarilhe (São Miguel); Codessoso (Santo André); Fervença (Divino Salvador); Gémeos (São Miguel); Molares (Santo André); Ourilhe (São Tiago); Veade (Santa Maria); Arnoia (São João Batista); Britelo (São Pedro); Ribas (Divido salvador); Borba da Montanha (Santa Maria); Carvalho (São Miguel); Corgo (São Romão); Gagos (São Tiago); Infesta (Divino Salvador); Moreira do Castelo (Santa Maria); Vale de Bouro (São Martinho), e entrega dos respeitos estatutos pelas mãos do Arcebispo Metropolita de Braga.

Toda a celebração foi cantada pelo grupo coral interparoquial e contou com a presença de todos os elementos do clero deste arciprestado. Da sociedade civil foram várias as entidades que se fizeram representar, note-se a presença do Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, José Peixoto Lima, o Presidente da Assembleia Municipal, José Silva, e dos vereadores que integram o executivo camarário.

Como nota final desta celebração D. José Cordeiro aferiu que devemos ser testemunhas credíveis de Deus e destacou o testemunho de firmeza, da fé, da alegria, da esperança e “da generosidade da hospitalidade na caridade, que o senhor a todos e a cada um nos confirme no seu amor e na paz. Um caminho que devemos continuar a percorrer juntos”. Reforçando a importância desta cooperação profícua entre entidades religiosas e civis e nesse ponto lembrou o celoricense, Cardeal António Ribeiro, e observou que “todos somos poucos para testemunharmos o evangelho, não podemos viver dos rendimentos do passado, alguns desistem diante as dificuldades do presente, mas há um futuro que é muito melhor que qualquer passado que tenhamos vivido. É isso que nos anima na peregrinação, que a alegria do senhor seja sempre a vossa força.”