Arquidiocese de Braga -
5 outubro 2025
Escuteiros de Braga convocados para serem peregrinos da liberdade

DM - Rui de Lemos
Milhares de escuteiros da região de Braga foram, ontem, convocados, em Famalicão, para serem “Peregrinos da Liberdade” na abertura regional do ano escutista. O lema do novo ano de atividades convida a região do país com maior número de escuteiros a caminharem juntos, consolidando a fé e a fraternidade, aproximando-se de Deus e do próximo.
«Este será um ano escutista vivido como peregrinos da liberdade e nós queremos ser mãos que constroem a liberdade, porque o escutismo é isso nas suas comunidades, pessoas que fazem construção em prol de uma sociedade melhor», resumiu e apontou, ontem, Catarina Miranda, chefe regional de Braga, na sessão protocolar que assinalou a Abertura Regional do Ano Escutista (ARAE), na Casa do Território, no Parque da Devesa, em Famalicão.
Aquele desafio começou já ontem a ser posto em prática, com os milhares de escuteiros presentes na primeira atividade a serem desafiados a trazer um pequeno canteiro onde eles próprios eram sementes, tendo também recebido sementes, simbolizando que «eles próprios são semente e frutos do caminho que vão fazer até ao acampamento regional ACAREG, que decorrerá em agosto de 2026, no Centro Escutista de Guimarães», suportou a chefe regional.
De igual modo, o Arcebispo de Braga considerou que «o escutismo é um movimento decisivo para a renovação pastoral inadiável da nossa Arquidiocese de Braga».
Uma convicção que, sublinhou D. José Cordeiro, «traz ao CNE responsabilidades acrescidas na sua missão educativa e apostólica junto das crianças e jovens provenientes de famílias não-cristãs ou descristianizadas».
Um desafio apostólico, acrescentou, que terá de ter «braços abertos para acolher, mas sabendo que acolher não é apenas deixar entrar, é estar predisposto a propor e a acompanhar».
Arcebispo pede a escuteiros que sejam semente do amor de Deus
O Arcebispo de Braga pediu, ontem, aos milhares de escuteiros que participaram na eucaristia campal que assinalou a abertura do ano escutista na região, no Parque da Devesa, em Famalicão, que sejam sementes do amor de Deus para os outros e na comunidade.
Na festa da Abertura Regional do Ano Escutista (ARAE), os escuteiros da região de Braga foram desafiados a trazer das sedes um pequeno canteiro e o Arcebispo de Braga usou o convite lançado para, na homilia daquela eucaristia campal, pensar com as cerca de 5500 crianças e jovens presentes o simbolismo por detrás de cada um dos momentos, vividos ao longo da manhã, alusivos ao canteiro. Na troca de canteiros entre escuteiros, D. José Cordeiro observou a liberdade de partilhar, acrescentando que «não estavam só a dar um canteiro, mas a darem-se, entregando-se e testemunhado que a vida não se constrói apenas no nosso espaço, mas também no encontro com os outros».
A colocação de uma nova terra no canteiro, prosseguiu, serviu para evidenciar que «precisamos uns dos outros para nos sustentar e, assim, darmos fruto em abundância. Mais importante, sublinhou o Arcebispo de Braga foi o gesto de «quando lançastes aquela semente tão pequena no canteiro, ainda sem evidências de que venha a dar fruto», porque «estavam a testemunhar que, quando se arrisca amar, mesmo com receios e medos, fazendo-nos dom gratuito para os outros, estamos a ser semente da bondade de Deus», elevou.
Observando a imagem do grão de mostarda do Evangelho, D. José Cordeiro transmitiu que «a fé, como um grão de mostarda, a que Jesus nos desafia, caros escuteiros, é o milagre da gratuidade dos nossos pequenos gestos que nos convidam a estar sempre alerta para servir». E, «assim, tal como o grão de mostarda, essa minúscula semente que dará frutos, a fé cristã convida-nos a uma entrega gratuita, ao jeito de Jesus: por mais pequeníssimos ou aparentemente insignificantes que possam ser os nossos gestos, façam da vida uma entrega gratuita aos outros e estareis a semear o amor de Deus. E, assim, seremos mãos que constroem a liberdade, porque, com Jesus Cristo, somos livres para amar», apontou.
Ontem, pela manhã, foram também entregues aos escuteiros passaportes para iniciarem a Rota 26, os quais se iam completando com selos, para confirmar o caminho percorrido. Porém, no final nenhum escuteiro teve esse tão desejado passaporte concluído. A todos falta ainda o último selo. O motivo? «O selo que vos falta só o ides receber no final do caminho que, hoje, iniciamos: no ACAREG, o nosso tão sonhado Acampamento da Região de Braga, onde vos espero a todos, em agosto, no Centro Escutista da Penha, para darmos forma a este belo sonho da região de Braga», concluiu.
Um marco importante na vida de muitos escuteiros
Evento. A abertura do Ano Escutista na Região de Braga é um evento anual que reúne os escuteiros de toda a região para um dia de celebração, atividades e eucaristia, marcando o início das atividades escutistas para o novo ano. «Este é sempre um marco muito importante na vida de muitas crianças e jovens, porque muitos têm aqui a sua primeira grande experiência como escuteiros e também na vida dos agrupamentos porque é sempre a partir daqui que todos começam o seu percurso e as suas atividades em prol do ano escutista», considerou e valorizou, ao “DM”, a chefe regional, Catarina Miranda. Na 22.ª edição da grande festa escutista estiveram, ontem, representados em Famalicão, cerca de 144 agrupamentos, com uma expressiva presença de escuteiros da maior região escutista do país. «Esta abertura é marcante a todos os títulos, desde logo pela insígnia da liberdade, entre outros valores e nós temos a responsabilidade e a alegria de ajudar os nossos jovens a trabalhar isto todos os dias», apontou o chefe nacional, Ivo Faria.
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