Arquidiocese de Braga -
29 setembro 2025
Missão de combater a pobreza marca a Celebração Diocesana do Jubileu das Famílias

DM - Joaquim Martins Fernandes
D. Nélio alerta para a hipocrisia de quem vira a cara aos pobres
O Bispo Auxiliar de Braga, D. Nélio Pereira Pita, exortou ontem as famílias a estarem atentas aos que mais precisam e a serem capazes de contribuir para a promoção da justiça social, não se limitando a usufruir de forma egoísta dos bens materiais que lhes permitem vivem bem. Falando na homilia que partilhou na Eucaristia da “Celebração Diocesana do Jubileu das Famílias”, que se realizou ontem em Guimarães, D. Nélio alertou que dentro da própria família e na comunidade paroquial «há, certamente, quem precise de ajuda», embora nem sempre o saibamos.
Focando a homilia que partilhou na igreja de Nossa Senhora da Oliveira nas Leituras do Dia, que colocaram no centro da reflexão o dramatismo da pobreza que mata pela fome – a parábola de Lázaro e do rico –, o Prelado bracarense apontou ao coração das muitas dezenas de famílias que participaram nas realizações promovidas pela Arquidiocese de Braga. «Lembram-se como é que se chamava o pobre? Lázaro, não é verdade? Sabem como é que se chamava o rico? Não tem nome. É muito curioso isto. Para Deus, não interessa o nome do mais rico. Para Deus interessa o nome do mais pobre», afirmou D. Nélio Pereira Pita, que não hesitou em levar a reflexão sobre os cuidados a ter com os mais carenciados ao plano individual.
«Mas se eu perguntar aos que estão aqui presentes: Sabem o nome da pessoa mais pobre da vossa Paróquia? Não sabem?», questionou D. Nélio, elevando a reflexão ao nível da consciência de cada um. «Não sabem. Sabem provavelmente o nome dos mais pobres da família. Mas daqueles que estão em sofrimento, se calhar não sabemos», continuou o Bispo Auxiliar de Braga, sublinhando que a parábola de Lázaro e do rico «ajuda-nos a ter o foco, precisamente, nas pessoas que são mais carenciadas».
Deixando claro que o pobre que vive ao nosso lado nem sempre é o que precisa de ajuda financeira, D. Nélio Pereira Pita destacou que «o pobre pode ser uma pessoa que está sozinha; que está no hospital; ou que está num lar». Mas «pobre é também «a pessoa que está esquecida, que não cumpre os critérios de beleza e de eficácia tão importantes para este mundo de hoje», alertou.
«Para nós, cristãos, pobres são as são pessoas invisíveis ou quase invisíveis e às quais devemos dar uma particular atenção», enfatizou D. Nélio apontando à obrigação de «olhar para ela, nomear essa pessoa pelo seu nome e relacionar-nos com essa pessoa». Trata-se de uma obrigação, porque ser cristão é opção de cada um, mas que também compromete com a realização da caridade cristã, enquanto promoção da justiça social. É que «evangelizar, mas depois não pôr em prática o que é dito, também é uma hipocrisia», afirmou o Bispo Auxiliar de Braga, notando que «as famílias sabem isso muito, até pelo efeito que têm na educação dos filhos, que os exemplos de vida, aquilo que vivemos é que realmente conta».
Partilhar