Arquidiocese de Braga -

8 agosto 2025

Opinião

O influencer que tu ainda não segues

Pe. Jorge Oliveira

Um milhão de jovens, uma noite em Roma e um silêncio que ninguém esperava. No Jubileu dos jovens o Papa Leão XIV falou de limites, liberdade e muito de Jesus. E os jovens escutaram. Este é o influencer que muitos ainda não seguem…mas deviam

Um milhão de jovens, uma noite em Roma e um silêncio que ninguém esperava. No Jubileu dos jovens o Papa Leão XIV falou de limites, liberdade e muito de Jesus. E os jovens escutaram. Este é o influencer que muitos ainda não seguem…mas deviam

“Esta juventude está perdida.” Quantas vezes já ouvimos isto? Que os jovens não têm fé, que não querem compromisso, que vivem viciados nos ecrãs, imunes ao silêncio. Que não aguentam exigência, nem limites. Que só procuram distrações. Porém no fim de semana passado, em Roma, aconteceu o improvável.

Mais de um milhão de jovens encheu a cidade. E não foi por um festival. Nem por uma marcha política. Vieram por causa de um velho profeta chamado Papa. Vieram para o Jubileu da Juventude e para dizer ao mundo que a esperança ainda tem voz. Vieram de todos os continentes, com mochilas, bandeiras, terços e cânticos. Trouxeram também com dúvidas, cansaços e perguntas difíceis.

Em Tor Vergata, um antigo campo universitário às portas de Roma, o pó transformou-se em catedral. E o silêncio tornou-se oração. Durante mais de meia hora, um milhão de jovens ajoelhou-se-se em adoração. Nada de luzes LED, nem efeitos especiais ou sonoros. Apenas Cristo na Eucaristia, no centro. E um povo jovem, inteiro, de olhos fixos em Deus presente na custódia.

Nesse final de tarde de sábado, três jovens subiram ao palco para colocar algumas perguntas ao Papa. Gostei muito das três, especialmente da segunda colocada por Gaia, uma jovem italiana de 19 anos. Perguntou como ter coragem para tomar decisões importantes na vida, mesmo diante do medo e da incerteza.

Leão XIV olhou para ela e respondeu que “escolher” é decidir quem queremos ser, e isso requer coragem que nasce do amor de Deus. E para isso é preciso rezar, entrar numa igreja e dizer sinceramente a Jesus no sacrário: “Tu és a minha vida, Senhor”.

Tor Vergata tornou-se catedral. E o silêncio tornou-se resposta. Os jovens ajoelhados diante do Santíssimo não foi espetáculo. Foi revelação. Uma Igreja que por vezes duvida dos seus jovens teve de os contemplar e reaprender a confiar, como o Papa.
O Papa não é uma celebridade. É Pedro. É quem confirma os irmãos na fé. Segui-lo não é idolatria, é sinal de maturidade espiritual. É escutar com coração aberto aquele que nos ajuda a olhar para Cristo.

O Papa não veio dizer o que os jovens queriam ouvir. Disse o que precisavam. Falou de limites, essa palavra quase proibida, como espaço de verdade e libertação. Que aceitar a nossa pequenez é o início da verdadeira liberdade. E terminou com um apelo que ainda ecoa em quem o ouviu:

“Sigam Jesus radicalmente. Caminhem juntos. Não tenham medo de ser santos.”

O Papa foi ainda mais longe. Disse que ser “influencer do bem” não chega. Não basta partilhar causas ou frases bonitas. O mundo precisa de testemunhas autênticas. E no final deixou-nos a todos um trabalho de casa:

“Mantenhamo-nos unidos a Ele, permaneçamos sempre na sua amizade, cultivando-a com a oração, a adoração, a Comunhão eucarística, a Confissão frequente, a caridade generosa, como nos ensinaram os beatos Piergiorgio Frassati e Carlo Acutis, que em breve serão proclamados Santos”.

Tor Vergata tornou-se catedral. E o silêncio tornou-se resposta. Os jovens ajoelhados diante do Santíssimo não foi espetáculo. Foi revelação. Uma Igreja que por vezes duvida dos seus jovens teve de os contemplar e reaprender a confiar, como o Papa.

O Papa não é uma celebridade. É Pedro. É quem confirma os irmãos na fé. Segui-lo não é idolatria, é sinal de maturidade espiritual. É escutar com coração aberto aquele que nos ajuda a olhar para Cristo. Deixo o convite para:

Ler os textos do Papa no Jubileu da Juventude
Seguir o Papa no Instagram e no X
Seguir o Canal WhatsApp do Vatican News
Partilha as suas palavras. Reza por ele. Escuta-o.

Quem esteve em Roma sabe que há muitos jovens que ainda acreditam. Ainda rezam. Ainda escutam. E têm a ousadia de seguir Jesus, mesmo quando o mundo os chama loucos.

A juventude não está perdida. Está à espera de ser convocada para algo grande. Quando a Igreja fala claro, com exigência e ternura, os jovens não fogem. Ficam. E seguem. Seguem Cristo e seguem o Papa Leão XIV.

 

Artigo publicado no Ponto sj