Arquidiocese de Braga -
31 julho 2025
Arcebispo de Braga participa do Encontro da Secção para Vocações do CCEE

DACS
Secção para Vocações da Comissão do Conselho das Conferências Episcopais da Europa esteve reunida no dia 30 em Roma
“De facto, Jesus Cristo é o jubileu de cada dia: Ele é o caminho e a porta”, sublinhou o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, Chefe da Secção para as Vocações-SVE da Comissão da Juventude da CCEE, na saudação que fez na abertura do Encontro da Secção para Vocações da Comissão do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) que decorreu ontem, em Roma, inserido no contexto do Jubileu dos Jovens. (leia a saudação completa abaixo)
O Encontro teve como tema “Os jovens são um vulcão de vida e a Igreja tem grande necessidade de vocações (Papa Leão XIV) - Construir laços ao serviço da juventude e da pastoral vocacional”.
Pela manhã, D. José esteve com os jovens da arquidiocese no encontro das delegações portuguesas que teve lugar na Basílica de São Paulo fora de Muros.
Hoje o arcebispo participa do Arraial Minhoto promovido pela Arquidiocese de Braga, no Pavilhão 9 da Fiera di Roma.
Os jovens são um vulcão de vida, e a Igreja tem uma grande necessidade de vocações (Leão XIV). Construir laços ao serviço da pastoral juvenil e vocacional.
Boa noite a todos e a cada um de vós.
Obrigado pela vossa presença e, sobretudo, pela vocação e missão ao serviço de todas as vocações na Igreja das Igrejas da Europa.
No coração do Ano Jubilar, aqui estamos nós, peregrinos da esperança, vindos de diferentes pontos da Europa. Fazer a peregrinação é uma experiência inesquecível: de partida, de desejo de uma vida diferente, de silêncio, de oração, de descobertas, de surpresas, de pulsações, de regresso e, finalmente, de essencialidade e interioridade.
A pastoral juvenil e vocacional é tão difícil como apaixonante. Por isso, como escreveu com pungência o bispo italiano Tonino Bello: "Não vos limiteis à esperança. Mas organizai a esperança!"
Somos vocação. Deus chama, e o mundo precisa disso. A vida é vocação. A vocação é o cerne de toda a vida cristã, um caminho de amor, esperança, fé e comunhão, porque "Cristo está vivo. Ele é a nossa esperança e a juventude mais bela deste mundo. Tudo o que Ele toca rejuvenesce, torna-se novo, enche-se de vida. Ele vive e quer que estejais vivos!" (CV 1). De facto, Jesus Cristo é o jubileu de cada dia: Ele é o caminho e a porta.
O Papa Leão XIV exorta-nos a encontrar a resposta a esta questão vital: "Gostaria de dizer, especialmente aos jovens, que não esperem, mas que respondam com entusiasmo ao Senhor que nos chama a trabalhar na sua vinha. Não demorem, arregacem as mangas, porque o Senhor é generoso e não vos desiludireis! Trabalhando na sua vinha, encontrareis a resposta àquela profunda pergunta que trazeis dentro de vós: que sentido tem a minha vida?" (Catequese, 4 de junho de 2025).
Na realidade, não é a Igreja que tem uma missão, mas a missão que tem uma Igreja. A paixão por evangelizar é a missão da Igreja. A missão é um ato de fé, por isso, o elemento essencial é a oração combinada com o silêncio: "A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos! Rogai, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara" (Lc 10,2).
A vocação nasce da amizade com Jesus. Por isso, devemos educar as pessoas para o encontro mútuo através da escuta da Palavra, da vida litúrgica, da prática da oração, do exercício da caridade, da terapia do silêncio. A oração é respirar para viver plenamente.
Como nos recordou o Papa Francisco: "Jesus caminha entre nós como na Galileia. Passa pelas nossas ruas, pára e olha-nos nos olhos, sem pressa. O seu apelo é atraente, é fascinante. Hoje, porém, a ansiedade e a rapidez de tantos estímulos que nos bombardeiam não deixam espaço para aquele silêncio interior em que percebemos o olhar de Jesus e ouvimos o seu apelo" (CV 277). Também muito evocativo é o apelo do Papa Leão XIV na sua mensagem à Conferência Episcopal Francesa por ocasião do centenário da canonização de São João Eudes, São João Maria Vianney e Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face: "Por isso, expresso a esperança de que estas celebrações não evoquem simplesmente com nostalgia um passado que parece ter desaparecido, mas que reavivem a esperança e inspirem um novo impulso missionário. Deus pode, com a ajuda dos santos que vos deu e que celebrais, renovar as maravilhas que realizou no passado. Não poderia Santa Teresa ser a padroeira das missões nas mesmas terras onde nasceu?" Não seriam São João Maria Vianney e São João Eudes capazes, porventura, de falar à consciência de tantos jovens sobre a bondade, a grandeza e a fecundidade do sacerdócio, despertando neles um desejo entusiasta e dando-lhes a coragem de responder generosamente ao chamamento, precisamente quando a falta de vocações se faz dolorosamente nas suas dioceses e os sacerdotes são cada vez mais postos à prova?
O que devemos ou podemos fazer em conjunto? "Antes de mais, dando o bom exemplo com a nossa vida, com alegria, vivendo a alegria do Evangelho, não desencorajando os outros, mas procurando formas de encorajar os jovens a ouvir a voz do Senhor, a segui-la e a servir na Igreja. 'Eu sou o Bom Pastor' (Jo 10,11), diz-nos Jesus" (Leão XIV, 11 de maio de 2025).
Bom encontro e um feliz Jubileu para os jovens.
+ José Manuel Cordeiro
Arcebispo Metropolitano de Braga
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