Arquidiocese de Braga -

16 junho 2025

Santo António é luz inspiradora para o nosso agir como cristãos

Fotografia Avelino Lima

José Carlos Ferreira - DM

D. Delfim Gomes presidiu à Eucaristia solene em honra de Santo António em Famalicão

O Bispo Auxiliar de Braga presidiu, sexta-feira, à Eucaristia em honra de Santo António em Vila Nova de Famalicão. Na sua homilia, o prelado sublinhou o exemplo de vida do santo português. No final, D. Delfim Gomes benzeu o Pão de Santo António que os famalicenses levaram para casa.

O Bispo Auxiliar de Braga disse, na sexta-feira, em Vila Nova de Famalicão que Santo António, que cumpriu todas as Obras de Misericórdia, deve ser inspiração do agir dos cristãos.

D. Delfim Gomes, que presidiu à Eucaristia em honra a Santo António em Vila Nova de Famalicão, enalteceu a vida e a obra do santo português que, deixando-se tocar pelo testemunho de S. Francisco de Assis, dedicou a sua vida e a sua pregação à defesa dos pobres. «O testemunho de vida de Santo António reflete a envolvente beleza de quem vive permanentemente em íntima comunhão com Deus, unicamente impelido pelo desejo de cumprir a sua vontade e de manifestar o seu imenso amor por todas as criaturas. Santo António abre-nos e alerta-nos para o essencial da vida de cada cristão. E o essencial da vida daqueles que têm Jesus Cristo por modelo e Mestre é a amizade com Deus, fonte de todo o bem, da paz e da alegria, e que nada nem ninguém nos pode tirar», disse.

Para o prelado, ao meditar na vida de Santo António, é possível descobrir «as maravilhas da fidelidade de Deus, que segue com amor o caminho de quem procura o Seu rosto, tornando-o participante dos seus dons e colaborador do seu projeto de vida sobre a humanidade.

Lembrando a reflexão do Papa Bento XVI sobre Santo António, o Bispo Auxiliar de Braga realçou que, em Santo António, «a linguagem é viva quando falam as obras». «Calem-se, portanto, as palavras, e falem as obras. Palavras estamos cheios, mas de obras vazios», acrescentou. É por isto, sublinhou, que se compreende o seu amor pelos mais necessitados, sobre os quais dizia: «Dai aos pobres. Quem não dá e fecha as entranhas ao seu irmão pobre, peca mortalmente, porque não existe nele a caridade de Deus. Entesoura no céu aquele que dá a Cristo. Dá a Cristo aquele que dá aos pobres», citou o prelado.

D. Delfim Gomes realçou que a pregação e a vida de Santo António estão cheias de exemplos de defesa dos mais descartáveis da sua época, e de denúnicas dos desmandos dos poderosos do seu tempo. «Nesta perspetiva podemos dizer que Santo António, patrono dos pobres, torna-se no nosso tempo uma luz inspiradora para o nosso agir como cristãos. E o costume que temos de distribuir e benzer os pães na missa de Santo António tem a ver com este carinho especial que ele tinha pelos pobres», salientou. Na sua homilia, D. Delfim Gomes sustentou que os cristãos, tendo Santo António como exemplo, têm de passar das palavras aos atos. «Temos que ser uma comunidade cristã missionária e ela precisa do testemunho vivo da relação de amor a Deus no seu Filho e o amor aos irmãos. Que Santo António nos dê este gosto de aprofundar a amizade com Deus pela oração e conversão pessoal e nos leve a amar os irmãos», concluiu.

 

Tradição - Bênção do Pão

No final da Eucaristia, o Bispo Auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes cumpriu a tradição da bênção do pão de Santo António, para ser depois distribuído pela população famalicense. Diz a tradição que este pão de Santo António é para guardar durante o ano inteiro sem que se degrade. O presidente da Câmara de Famalicão confessou aos jornalistas que cumpriu a tradição e que ainda guarda no saco de pano o pão do ano passado. «Já a minha mãe o fazia, agora faço eu, que é guardar o pão de Santo António de um ano para o outro, para que nos traga energia, esta capacidade, esta iniciativa também, como disse D. Delfim Gomes, e bem, que eu partilho completamente, que é da partilha, de um território para todos. Como dizia já o Papa Francisco, e o Papa Leão XIV também o refere, e enfatiza sempre muito, de sermos cada vez mais cuidadores uns dos outros, ajudarmo-nos uns aos outros, sermos cada vez mais comunidade», disse Mário Passos. Para o autarca, esta é uma «preocupação constante», a de olhar «por aqueles que mais necessitam», e o Pão de Santo António simboliza a caminhada do desenvolvimento para todos.

© Avelino Lima