Arquidiocese de Braga -
24 abril 2025
Arquidiocese de Braga agradeceu “o grande dom da vida e ministério do Papa”

DM - Francisco de Assis
Foi numa Sé Catedral cheia, agradecida, mas também comovida que a Arquidiocese de Braga prestou homenagem ao Papa Francisco. Na eucaristia, concelebrada pelo Bispo Auxiliar, D. Delfim Gomes, o Bispo Emérito D. Jorge Ortiga, e vários padres, o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, em comunhão com os fiéis, agradeceu a Deus pelo “grande dom da vida e ministério” pontifical do Santo Padre.
Representantes de autoridades, confrarias e misericórdias da Arquidiocese de Braga juntaram-se à homenagem. Aliás, o Arcebispo de Braga fez questão de enfatizar as presenças e ausências justificadas.
Numa intervenção intitulada “Esperança e Ternura”, o Arcebispo de Braga chamou todos a envolverem-se na homenagem.
“Juntos, damos graças a Deus pelo dom grande da vida e do ministério petrino do Papa Francisco. Ele, como São Pedro, o apóstolo de Jesus Cristo, continua a exortar aos cristãos de todos os tempos a viverem o dom gratuito da fé em todas as circunstâncias existenciais com alegria e esperança, porque ‘o Deus que é todo graça e vos chamou em Jesus Cristo à sua eterna glória, há-de restabelecer-vos e consolidar-vos, tornar-vos firmes e fortes’. Em Deus a vida nunca morre”, reafirmou D. José Cordeiro.
“Deus é todo graça e quem se sente amado por Ele vive a vida como graça recebida. O Papa Francisco usava com muita frequência nos encontros pessoais esta expressão: ‘tudo é graça’ e tem uma ideia plural da realidade, recordando-nos que “quem crê, vê e nunca está sozinho”.
Sobre a gratuidade do amor de Deus, D. José recordou que um dos primeiros encontros que teve com Francisco, pode ouvir diretamente do Papa a expressão querida, “tudo é de graça”. E D. José falou na confiança de saber, como S. Paulo: “basta-te a minha graça”. Pela graça “recebida gratuitamente temos de dar profunda ação de graças”, reforçou.
Para o prelado, a alegria da esperança com ternura é um distintivo do pontificado do Papa Francisco I nos textos do seu magistério. E recordou: “Evangelii Gaudium” – a alegria do Evangelho, “Laudato Si’”, “Amoris Laetitia” – a alegria do amor; “Gaudete et Exsultate – Alegrai-vos e exultai; “Christus vivit” – Cristo vive; “Fratelli Tutti”; e “Dilexit Nos” – Amou-nos.
O Arcebispo Primaz partilhou ainda com os fiéis alguns verbos que o Papa inventou e com os quais trouxe dinamismo a uma “Igreja em saída”: “primeirar” e “misericordiar”.
“Como não lembrar, neste homem dos sinais, os gestos de ternura, proximidade e misericórdia até ao fim do fim: a sinodalidade; o olhar a partir das periferias existenciais; a ecologia integral, a cultura da transparência; os pobres, os migrantes, o povo santo de Deus, a formação litúrgica, o discernimento, os jovens, os presos, os idosos, os doentes, sobretudo o sofrimento oferecido a Deus pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos”, disse, citando o testamento do Papa.
O chefe da Igreja de Braga recordou ainda quando Francisco se apresentou na Praça de S. Pedro e pediu a bênção ao povo de Deus, em 2013 e, na mesma praça se despediu e abençoou na Páscoa comum a todas as Igrejas do Oriente e do Ocidente, a 20 de abril de 2025.
D. José Cordeiro concluiu a homilia com as palavras da última homilia de Francisco, no Domingo de Páscoa: “O Jubileu convida-nos a renovar em nós mesmos o dom desta esperança, a mergulhar nela os nossos sofrimentos e as nossas inquietações, a contagiar aqueles que encontramos no caminho, a confiar a esta esperança o futuro da nossa vida e o destino da humanidade. Por isso, não podemos estacionar o nosso coração nas ilusões deste mundo, nem o fechar na tristeza; temos de correr, cheios de alegria. Corramos ao encontro de Jesus, redescubramos a graça inestimável de ser seus amigos…”.
O prelado vincou que o Papa afirmava a convicção da alegria da esperança: “a fé cristã ou é encontro com Ele vivo, ou não é”.
As últimas palavras foram em jeito de oração: “Juntos, em processo sinodal dinâmico, seremos capazes de continuar a imaginar um futuro diferente para a Igreja bracarense: alegria contagiante, escuta acolhedora, portas abertas, mãe que busca os seus filhos, centrada no Evangelho, discípula missionária, formação permanente, comunhão pastoral. A Santa Maria de Braga, Mãe da Igreja, aos santos arcebispos e aos santos e beatos do próprio bracarense, confiamos o nosso querido Papa Francisco”, concluiu D. José Cordeiro.
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