Arquidiocese de Braga -

20 abril 2025

"Estive morto; mas, como vês, estou vivo." (Ap 1,18)

Fotografia Bill Gullo / Unsplash

LOC/MTC

Mensagem de Páscoa da LOC/MTC - Arquidiocese de Braga

A vida é o encanto de podermos partilhar pequenos pedaços de felicidade, no meio de tantas complexidades do mundo em que vivemos: entre o trabalho e a habitação; entre tempos livres e a vida associativa; entre consumo e consumidores; entre guerras e alterações climáticas; entre injustiçados e libertados; entre doentes e curados; há sempre um grito de liberdade – Estou Vivo! Que aponta para um percurso de paz a percorrer. 

O próprio Papa Francisco, já o afirmou algumas vezes, após os seus internamentos: “estou vivo”. A vida é a coisa mais bela que cada uma, cada um de nós possui. Esta vida tem que ser protegida e não é uma vida qualquer, mas feita à maneira de Jesus: “Vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. Esta abundância de que Ele nos fala, contrasta com as precaridades da falta de habitação e da falta de reconhecimento do papel de cada trabalhadora e trabalhador no aperfeiçoamento da Obra da Criação, como cidadãos nascidos de Deus.

O inverno e a primavera, são duas estações do ano que mais se parecem com a afirmação de João retirada livro do Apocalipse “Estive morto, mas, como vês, estou vivo” (Ap 1,18). Faz-nos lembrar o início do inverno em que Jesus vem até nós, a partir do seio de Maria e o imprescindível apoio de José, fora da hospedaria, numa manjedoura de animais. Ele cresce, fala, enfrenta dificuldades, torna-se refugiado, regressa, trabalha como carpinteiro, reza, ensina, cura, dá vida, mas tramamos-lhe a vida, pregando-O numa cruz dolorosa, onde morre. Uma nova estação chega num ápice, e é na primavera que Ele volta ressuscitado, para nunca mais nos deixar. Precisamos da Sua Páscoa tal como a primavera surge depois do inverno, precisamos de vida nova, depois de tantos sinais de morte e de violência. Tal como dos galhos das árvores, que parecem secos, mas que rapidamente dão sinais de vida nova.

É tempo de alegria, porque a tristeza impede-nos de ver a realidade, é tempo de Páscoa, é tempo de vida nova, sair e correr anunciar que Cristo está vivo para sempre nesta realidade de paz intemporal. Mesmo que muitos seres humanos não queiram a vida e a beleza que dela brota, há sempre alguém disposto a arriscar.

É tempo de fazer render os nossos dons, de nutri-los com a disponibilidade e a atenção que merecem, de permitir que cheguem a desabrochar e possam revelar a sua beleza ao mundo. Somos convidados a encontrar o equilíbrio entre o ser e o fazer, entre a criatividade e a responsabilidade. Este é o caminho que ajuda a dar cada vez mais sentido à vida. É isto que procuramos fazer com amor, empenho e dedicação, sentir a vida como um presente, uma oportunidade única para deixar a nossa marca no mundo; queremos continuar a ser artífices do mundo novo que Deus colocou nas nossas mãos, para o aperfeiçoar e o tornar belo numa morada onde seja bom viver. 

Para todos uma Páscoa de Aleluias.

A Equipa Diocesana da LOC/MTC

Abril de 2025