Arquidiocese de Braga -

5 abril 2025

“Obra gráfica do mestre José Veiga” enriquece a Semana Santa de Braga

Fotografia Francisco de Assis

DM - Francisco de Assis

Exposição no Palácio do Raio mostra trabalhos do Mestre veiga, com um novo olhar dos alunos da Escola Superior de design do IPCA

A Semana Santa de Braga tem, desde ontem, mais um atrativo cultural, sem perder o cariz religioso. Trata-se da exposição “Obra Gráfica de José Veiga na Semana Santa de Braga”, sob o olhar moderno dos alunos da Escola Superior de Design do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), patente no Palácio do Raio, Centro Interpretativo da Santa Casa da Misericórdia de Braga.

A sessão inaugural contou com a presença de múltiplas instituições do concelho de Braga e não só, dando continuidade e concretização do objetivo da Comissão da Quaresma e Semana Santa de Braga, que é o de envolver cada vez mais pessoas e instituições nas celebrações, como fez questão de 

sublinhar ontem o seu presidente, cónego Avelino Amorim. 

Assim, além do anfitrião, Bernardo Reis, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga, na inauguração estiveram o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio; o Bispo Auxiliar D. Delfim Gomes; Maria José Fernandes, presidente do IPCA; Jorge Brandão Rodrigues, diretor da Escola Superior de Design do IPCA; Damião Pereira, diretor do Diário do Minho, entre outras instituições, familiares do Mestre Veiga.

As intervenções decorreram ao som da música feita propositadamente para o efeito, pelos alunos de Design Audiovisual do IPCA, recorrendo a técnicas digitais.

Bernardo Reis começou por manifestar o “prazer” por acolher no Palácio do Raio a exposição que observou e reinterpretou a obra gráfica de José Veiga, numa parceria com o IPCA e a Câmara Municipal de Braga.

O provedor da Misericórdia de Braga referiu-se à Semana Santa como «uma das maiores celebrações do calendário litúrgico católico do mundo e da cidade de Braga», caraterizado por “um rico programa de atividades culturais, patentes em diversos espaços da cidade e que contribuem para projetar o evento”.

Bernardo Reis realçou ainda a justiça da homenagem.

“É de toda a justiça homenagear o mestre José Veiga no ano em que assinalamos o centenário do seu nascimento, pois é uma personalidade que dedicou toda uma vida à arte, consagrando a sua obra à cidade de Braga, notabilizando-se no desenho, na caricatura e na cenografia. Durante meio século, foi responsável pela decoração dos arruados nas festas joaninas e das Solenidades da Semana Santa, tendo os cartazes e os seus anúncios ficado a dever-se à sua mão, sendo a imagem da Semana Santa deste ano uma adaptação sua”, recordou.

De facto, como lembrou o presidente da Comissão da Quaresma e Semana Santa de Braga, a ideia de homenagear o mestre Veiga surgiu precisamente numa das muitas reuniões da Comissão,  por causa do centenário do seu nascimento, mas também pela ligação que tinha com os cartazes da Semana Santa.

A partir daí, foi pedido aos alunos de Design do IPCA que dessem um outro olhar aos cartazes. Foi também uma forma de dar a conhecer aos mais novos o trabalho do mestre Veiga, além de lhe dar uma nova interpretação. 

E a principal mudança está no “lettering”, como aliás explicou também o diretor da Escola de Design do IPCA. Jorge Brandão Rodrigues, que assume a curadoria da exposição,  lembrou o processo criativo, sinalizando que, apesar de tantos anos passados, o processo criativo dos alunos foi o mesmo utilizado pelo mestre Veiga.

Assim, que visitar a exposição vai ver as obras do Mestre, apenas com uma nova interpretação, um olhar moderno.

Os farricocos, outra das “especialidades” do mestre José Veiga têm direito a uma sala própria. 

Quanto ao presidente da Câmara de Braga começou a sua intervenção elogiando o provedor da Santa Casa como uma «fonte inesgotável de energia».

Ricardo Rio vincou que a cultura é também uma forma de transmitir conhecimento e de divulgar uma região. Assim, para os milhares de visitantes de Braga na Semana Santa, é importante a dinâmica cultural, que valoriza a cidade e esta efeméride. Uma oferta cultural para os bracarenses, mas também para os turistas.

Por outro lado, Ricardo Rio, vê nesta exposição, uma forma de garantir a perenidade da memória do mestre Veiga, além da dimensão religiosa, indissociada do evento. E gostou de ver esta reinterpretação e os novos olhares dos alunos do IPCA, uma instituição que é “cada vez mais de Braga”, além de permitir fazer esta ponte intergeracional. “É, sem dúvida, mais um atrativo para a Semana Santa de Braga”, além de uma fonte de inspiração para os artistas e não só.

A exposição pode ser vista até ao dia 3 de maio. De salientar que esta exposição está integrada no MEMORAR, programa de mediação cultural do Arquivo Municipal de Braga, detentora dos desenhos do mestre Veiga.