Arquidiocese de Braga -

22 março 2025

Exposição “Verbo Visivo” sintetiza e faz ecoar diferentes artes e fé por três espaços de Braga

Fotografia DM

DM - Francisco de Assis

No Dia Mundial da Poesia, uma extensa caravana fez a “Procissão Poética” entre a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, o Museu Pio XII e a zet gallery, para a inauguração da exposição ou exposições, uma vez que é uma tríade, do artista internacional italiano Giancarlo Pavanello.

A exposição, intitulada “Verbo Visivo” ou “Verbo Visível”, pode ser vista até ao Dia de Páscoa, e sintetiza vários tipos de artes, incluindo música, poesia, desenho, pintura, entre outras artes, numa relação virtuosa com a fé, constituindo uma profunda reflexão no âmbito e no caminho para a Semana Santa de Braga.  

De facto, a exposição foi organizada no âmbito Quaresma e Semana Santa de Braga e enquadrada na “Braga Capital Portuguesa da Cultura 2025, como explicou monsenhor Mário Rui, que quis desafiar um ateu, Giancarlo Pavanello, a desenhar uma via-sacra, sobretudo por causa da sua “obsessão” por cravos, como se vê pela sua vastíssima obra.

A “procissão poética” foi percorrida, entre outras personalidades, pelo cónego Avelino Amorim, presidente da Comissão da Semana Santa de Braga; José Teixeira, CEO do dst group e entusiasta das artes; o Bispo Auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes; monsenhor Mário Rui, que foi o interlocutor e que fez a ponte com o artista; e Ana Ferreira, da Câmara de Braga. 

Já no Museu Pio XII, esteve também o anfitrião, o cónego José Paulo Abreu, que deu as boas-vindas e enalteceu a qualidade do artista. Agradeceu a todos aqueles que tornaram possível trazer um artista tão conceituado a Braga e ao Museu Pio, “numa sinergia” positiva entre várias instituições.

A “procissão poética” ganhou forma com a atuação da Comunidade de Leitura da Companhia de Teatro de Braga, que ao longo do percurso foi declamando poemas.

Na sua intervenção, o cónego Avelino Amorim, lembrou que embora a dimensão da fé seja o centro da celebração da Semana Santa, onde habita o “amor supremo”, a Igreja valoriza a dimensão cultural, principalmente quando é de qualidade, como é o caso.

Com a presença do artista poeta, já com os seus 80 anos, Helena Pereira, curadora da exposição e diretora da zet gallery, explicou que a exposição contraria a lógica inicialmente prevista, que era fazer coincidir os temas com os espaços expositivos.

Assim, por exemplo, no Museu Pio XII, da Arquidiocese de Braga, onde supostamente deveria estar a via-sacra de Giancarlo Pavanello, estão apenas palavras nas paredes e algumas obras em mesas, “obrigando” o visitante a baixar, como que em oração; e só se levanta para ver poesia; enquanto que no local “profano”, na zet gallery, está o mais sagrado da exposição, a via-sacra, acompanhada de textos poéticos de Carlos Poças Falcão.

Aliás, este feliz “casamento” entre a via-sacra, os textos de Carlos Poças Falcão e a música de Pedro Abrunhosa, interpretada pela soprano Sofia Marafona, deixou o CEO da zet gallery, “absolutamente”, extasiado e rendido.

Efetivamente, o músico e compositor, também esteve na inauguração da exposição, acompanhada da soprano. Falou das três músicas, duas com textos de Daniel Faria; e um do cardeal D. José Tolentino Mendonça. E a frase “Deus ainda não terminou”, do cardeal, também foi classificada como um “momento luminoso”, na expressão de Pedro Abrunhosa.

Apesar do notório cansaço, também pela idade, Giancarlo Pavanello mostrou-se “extremamente feliz” e até surpreendido com a dimensão que a sua obra atingiu em Braga, estando em três importantes espaços de Braga, mas também inspirando outros tipos de arte e até o catálogo da exposição.