Arquidiocese de Braga -

6 março 2025

Exposição no Museu Pio XII capta autenticidade da Semana Santa

Fotografia Avelino Lima

DM - Rita Cunha

O programa cultural inserido na vivência da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga arrancou ontem, com a inauguração da exposição “Cristo de la Veracruz”, composta por pinturas da autoria de Ana Maria Martinez Álvares, centradas na temática da fé e, concretamente, no mistério pascal, permitindo chegar ao belo pela  via da beleza.

A prisão de Jesus, o “Ecce Homo”, a figura de Verónica, a procissão da Senhora da Burrinha, a imagem de Cristo crucificado, o consolo do amor de Santa Maria Madalena e a Cruz do Amor são alguns dos temas que compõem as 12 obras, patentes até ao dia  26 de abril.

Na inauguração, dezenas de pessoas marcaram presença, quer de Braga como de Espanha, de onde é natural a artista. Fazendo uma breve apresentação dos trabalhos apresentados e do caminho percorrido até estes se tornassem numa realidade, Ana Maria Martinez Álvares agradeceu a confiança e mostrou-se muito feliz com esta presença em Braga. “Nestas 12 obras, realizadas com muita devoção, pode contemplar-se distintos momentos do drama que viveu Nosso Senhor, momentos que reproduzi segundo a minha interpretação, querendo transmitir o imenso amor que Deus nos tem e a minha profunda esperança de viver na sua presença, depois da existência terrena”, disse.

A artista deixou ainda algumas palavras sobre a vivência da Semana Santa em Braga: “posso afirmar que o povo sente de coração o que faz e aqui se vive a verdadeira fé cristã. A procissão da Nossa Senhora da Burrinha tocou na minha alma de uma forma muito especial”, referiu. 

“Obrigada por permitirem despertar na minha alma todos estes sentimentos. Espero que os olhos que contemplam a minha obra captem a mensagem: proclamar perante o mundo o amor de Deus”, finalizou.

O Arcebispo de Braga marcou presença na inauguração desta exposição, tendo lembrado a mensagem para o tempo de Quaresma-Páscoa, centrada no tema “Na Cruz esperamos a Luz”. “O que a Ana Maria nos apresenta, a beleza da pintura e da vivência espiritual, vai para além do que cabe num museu”, disse, destacando o “simbolismo muito próprio” de cada uma das obras apresentadas, assim como o seu tom de cor, de beleza e de espiritualidade.

Já o diretor do Museu Pio XII começou por lembrar que a Semana Santa “tem muitas vertentes” e desenvolve-se “em muitas línguas”, uma delas a cultura, que abriu com esta exposição. 

O cónego José Paulo Abreu não poupou elogios à artista, que há dois anos desafiou para ocupar toda a sala com a sua arte. Uma missão que foi aceite e que, agora, pode ser contemplada. “Escolhemos uma artista de eleição que nos encanta pela forma como consegue fotografar autenticamente a Semana Santa”, disse.

O diretor do Museu Pio XII deu ainda nota de que esta mostra “liga o Minho à Galiza” e, por consequência, “Portugal a Espanha”. E fá-lo através de “duas cordas”: “a da beleza - que une os corações de todos - e a da fé”, uma vez que “estamos a celebrar o Mistério da Paixão e ressurreição de Jesus”. “A beleza é sempre um púlpito por onde Deus fala e esta é uma obra que nos honra”, vincou.

Da parte da Câmara de Braga, marcou presença o vereador João Rodrigues, que destacou a importância da Semana Santa, nos mais diversos domínios, para a cidade. “Nada melhor do que começar este momento ao lado do que é espiritual, neste sítio, um local nobre da cidade, que é um exemplo do que de bom temos em termos de equipamentos culturais.  Esta exposição, com todas as suas características, enriquece tudo o que a cidade tem para oferecer”, vincou.