Arquidiocese de Braga -
18 dezembro 2024
Arquidiocese de Braga reaviva em 2025 rede de Lausperene em todas as paróquias
DM - José Carlos Ferreira
A Arquidiocese de Braga vai ter em 2025 uma rede de oração que vai promover todos os dias do ano a Adoração do Santíssimo Sacramento assegurado pelas paróquias deste território.
Este foi um dos pontos abordados ontem pelo Arcebispo Metropolita de Braga no Encontro de Natal do Clero que decorreu durante toda a manhã no Espaço Vita. Para D. José Cordeiro, “sem oração não há missão”, e esta rede de oração “é para que a missão seja mais alicerçada em Jesus Cristo”.
“Na continuidade do V Congresso Eucarístico Nacional, nós fomos recuperar uma listagem antiga, porque referia-se aos 50 anos do primeiro congresso, ainda antes da separação das duas dioceses, Braga e Viana do Castelo, para que todos os dias do ano haja uma, ou mais comunidades, que estejam em Adoração Eucarística”, explicou. Segundo o prelado, neste momento está a ser construída a calendarização e, se possível, no próximo dia 29 de dezembro, na abertura do Ano Santo Jubilar, na Sé Primaz, poderá ser apresentada uma proposta concreta desta rede arquidiocesana de oração, “que alicerça a nossa missão no aqui e agora, e neste território bracarense”. Na sua intervenção, D. José Cordeiro disse que as paróquias tinham até ontem para manifestarem a sua adesão a esta rede. Falando à margem do encontro, o prelado foi questionado sobre a adesão a esta iniciativa. E, segundo sustentou, “nos próximos dias o calendário deverá estar já alinhado e não deverá ser difícil conseguir fazer com que haja adoração do Santíssimo Sacramento todos os dias do ano na Arquidiocese de Braga. São 552 paróquias, são 365 dias do ano, isto dará para que se possa fazer esse alinhamento, mesmo que algumas comunidades não tenham já essa possibilidade de fazer as 24 horas, como é proposto. Mas, que aquele dia seja assinalado com a celebração da Eucaristia, com a Adoração Eucarística nas horas que for possível e, alargando às comunidades religiosas presentes na nossa Arquidiocese”, disse.
Importância da Liturgia
Outra mensagem que o arcebispo deixou na sua intervenção ao clero neste encontro foi a importância da Liturgia. Aos jornalistas, D. José sublinhou que a Liturgia é aquilo que os sacerdotes celebram todos os dias. “Provavelmente, é aquilo que mais se desvaloriza, ou até, banaliza, em muitos lugares, que desperdiçamos. A Liturgia é o louvor dos louvores, mas está confiada a quem tem esse ministério, e pode ser também banalizada. Daí que, quando dizemos que sem oração não há missão, também estamos a dizer sem Liturgia não há missão, e vice-versa, porque a Liturgia é a Igreja em oração. Ela tem que ser cada vez mais séria, mais simples, mais bela, no sentido de ser esta oração ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo, com a beleza, competência, a dignidade de que formos capazes”, salientou.
O Arcebispo de Braga vincou também na sua intervenção a união à Diocese de Pemba, que atravessa um momento muito difícil, com o rasto de destruição deixado pelo ciclone Chido. “Nós encontraremos nos próximo dias uma forma concreta de sermos ainda mais próximos, para além da equipa missionária que está prestes a partir, do padre faria, da Sandra e da Paula”, disse Por fim, o prelado disse que Arquidiocese de Braga também vai unir-se aos cristãos da Terra Santa e, por isso, a coleta do dia 1 de janeiro, o Dia Mundial da Paz, irá reverter para esta causa.
Administrador do grupo dst defende que a Igreja precisa de poesia
O administrador do Grupo DST defendeu ontem no Encontro de Natal do Clero que a Igreja precisa de poesia.
“É uma necessidade real. A poesia tem esse poder de contornar as barreiras, de ver o que não está à vista, de ouvir o que não é visto, de criar utopias. A poesia consegue ser um espaço em que o encontro íntimo acontece, onde, a partir de um texto, um poema, um verso, é possível descobrir uma possibilidade de cura, uma possibilidade de encontro, uma possibilidade de propósito, uma possibilidade de significado e de sentido”, disse.
José Teixeira, que foi o orador convidado, falando à margem do encontro utilizou mesmo uma imagem para uma melhor compreensão. “A poesia é um martelo. É como o pedreiro que precisa do martelo para pregar pregos. Os meus criativos, os meus trabalhadores estão num impasse. O martelo é a poesia, que é essa capacidade de transcendência. É quando nós já estamos no limite físico e precisamos de passar para o metafísico”, sustentou. E isto, acrescentou, aplica-se nas paróquias. Aliás, para José Teixeira isto tem que se aplicar nas paróquias. “Os padres nas paróquias são os que assentam os tijolos, como os assentam tijolos na empresa. São a mesma coisa. Quem faz a fatura na empresa é quem assenta os tijolos. Quem ‘faz a fatura’ na Igreja são os padres nas paróquias, são eles que estão em contacto com as redes de entreajuda, com as redes de solidariedade, com as redes da compaixão, que são necessários. Portanto, esse trabalho tem de ser feito e tem de ser valorizado. E o padre é um trabalhador”, salientou.
A intervenção do administrador do Grupo dst caraterizou-se pela interrogação. José Teixeira deixou muitas questões no ar em relação à Igreja e aos sacerdotes. “O meu medo foi parecer que havia aqui alguma arrogância e, portanto, havia pouca humildade. Mas, eu estou do lado da Igreja. Eu não estou contra a Igreja. Eu tenho a funda convicção de que, sem a religião, sem o aumento de religiosidade, a vida vai ficar mais difícil ainda. Portanto, temos todos que nos unir. Mas temos que sair fora das paredes que nos limitam”, realçou. José Teixeira elogiou o trabalho do Papa Francisco na modernização da Igreja.
Arquidiocese de Braga vai acompanhar sacerdotes idosos e doentes
O Arcebispo Metropolita de Braga revelou ontem no Encontro de Natal do Clero que a Arquidiocese vai começar a acompanhar os sacerdotes idosos e doentes que não estejam na Casa Sacerdotal.
A equipa que será criada e fará este trabalho, explicou D. José Cordeiro, será liderada pelo padre Francisco no Victor Henriques, que pediu a encardinação na Arquidiocese de Braga. “Ele é médico e neste momento está a viver no Seminário Maior Conciliar e foi a quem foi pedido este acompanhamento, num caminho a fazermos juntos, com o IDAC (Instituto Diocesano de Apoio ao Clero), com a Formação Permanente, com a Vigararia Episcopal para o Clero. Na grande peregrinação que fará, numa espécie de visita pastoral aos padres, em nome do presbitério, em nome de todos nós, aos que vivem mais sós, aos que estão doentes, aos que estão com idade avançada”, disse.
O padre Victor Henriques agradeceu ao Arcebispo Metropolita de Braga esta nova missão, que é a de visitar todos os sacerdotes idosos ou doentes que não estejam na Casa Sacerdotal. “De facto, é um trabalho muito importante, que se fundamenta em Jesus Cristo, nosso modelo de misericórdia”, disse.
Ainda em relação ao acompanhamento de sacerdotes, o prelado vincou que vai continuar o trabalho junto dos sacerdotes ordenado há menos de dez anos.
Um dos responsáveis por esta tarefa, o padre Victor Rodrigo, explicou a dificuldade que tem sido realizar o acompanhamento pelo facto de muitos sacerdotes estarem afastados. Por isso, disse, os cerca de 40 padres são convidados a participar em encontros culturais periódicos.
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