Arquidiocese de Braga -
11 novembro 2024
Arquidiocese de Braga quer formar padres preparados para os novos desafios
Jorge Oliveira - DM
D. José Cordeiro presidiu à sessão de abertura dos seminários Arquidiocesanos
A Arquidiocese de Braga assinalou, ontem, a abertura dos Seminários, com uma sessão solene presidida pelo Arcebispo Metropolita, que reuniu seminaristas, familiares, formadores e diretores.
Na ocasião, D. José Cordeiro sublinhou a aposta da Arquidiocese em orientar a formação nos seminários para o estilo sinodal e missionário, de modo a responder aos desafios dos tempos atuais que estão em mudança.
«Cada ano que passa, os desafios aumentam, e também as oportunidades», disse ao Diário do Minho o prelado, referindo que as mudanças «muito rápidas» que estão a acontecer exigem «maior fidelidade ao Evangelho, para que o encontro pessoal com Jesus Cristo possa transformar a vida de cada um dos seminaristas e o seminário ser autenticamente o coração, do coração da Igreja».
A abertura dos Seminários Arquidiocesanos teve lugar no Auditório São Frutuoso, do Seminário Conciliar de Braga, e marcou também o encerramento da Semana de Oração pelos Seminários que decorreu desde o dia 3 de novembro com o lema “O que posso eu esperar?”. Lema em jeito de pergunta que foi apresentado como um convite a um «novo horizonte», um «tempo renovado de esperança».
D. José Cordeiro vincou que a formação deve incluir todos os aspetos humanos, espirituais, pastorais, intelectuais e comunitários, num estilo verdadeiramente sinodal e missionário, o que implicará «rever muitos aspetos da formação».
«Este é um grande desafio que exige o envolvimento de toda a comunidade. Todos somos corresponsáveis nesta formação – leigos, mulheres, famílias, paróquias e o presbitério –, porque todos somos poucos para este desafio grande da evangelização», disse D. Jo-
sé Cordeiro, reforçando a sua ideia com um provérbio africano segundo o qual «se para educar uma criança é preciso uma aldeia, para formar um padre é preciso uma Arquidiocese».
O Arcebispo lembrou que atualmente o Seminário Conciliar de Braga acolhe 42 jovens, sendo 23 da Arquidiocese de Braga, 5 da Diocese de Viana do Castelo, 7 provenientes de Santiago de Cabo Verde e outros tantos da Diocese de Pemba, Moçambique, com quem a Arquidiocese de Braga tem um acordo de cooperação missionária.
Esta comunidade de seminaristas é acompanhada por uma equipa formadora composta por quatro padres residentes, com a colaboração de professores da Faculdade de Teologia, párocos e outros colaboradores.
«Tudo isto nos abre novos horizontes, maior corresponsabilização na formação que é também cada vez mais exigente, porque mais exposta e mais autêntica e sinodal e missionária», acrescentou.
No início da sessão, o diretor do Seminário Menor de Braga apresentou, em nome das equipas formadoras, uma reflexão a propósito da abertura dos Seminários, intitulada “Chamados à Esperança”.
O cónego Mário Martins destacou a importância da formação como uma fonte de esperança para a Igreja, esperança que, lembrou, «nasce do amor de Jesus».
Para o responsável, o dia de abertura dos Seminários é particularmente significativo porque sublinha a missão de «chamar a Igreja à esperança», através da formação dos futuros padres.
«O Seminário é chamado a ser sinal de esperança», reforçou, defendendo que a Igreja precisa de novos e renovados avangelizadores» que estejam atentos aos «sinais dos tempos e sopros dos Espírito Santo».
«É imperativo voltar aos Pentecostes. Este é fundamental e fundante», acrescentou o cónego Mário Martins.
A sessão contou ainda com a partilha de um testemunho de um casal, com base no tema “Que posso eu esperar?”, e a partir da sua experiência de pais de três jovens, um dos quais seminarista, a caminho de ser padre.
Falando das expetativas dos pais em relação aos filhos e do medo dos filhos em desiludir os pais, Jacinta e João Paiva defenderam a importância de abordar estas questões em família, com liberdade e abertura, concluindo que os pais devem «acolher os filhos como eles são, com as suas surpresas».
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