Arquidiocese de Braga -
27 outubro 2024
Imigrantes “não são uma ameaça, mas uma oportunidade”
DM - Jorge Oliveira
Arcebispo de Braga presidiu à Eucaristia da Assembleia Diocesana da LOC/MTC e do Conselho Diocesano da ACR
O Arcebispo Metropolita de Braga aludiu ontem, dia 26, para a necessidade de fomentar o acolhimento e a inclusão dos migrantes e imigrantes, afirmando que eles «não são uma ameaça, mas uma oportunidade».
“Os migrantes e imigrantes estão presentes na nossa Arquidiocese e têm de ser olhados por nós, e na cooperação recíproca com as autoridades, e com as pessoas que têm o poder e a capacidade de empregar as pessoas, como uma oportunidade, e ao mesmo tempo ajudá-los na integração”», referiu D. José Cordeiro.
O prelado, que presidida à celebração da missa da Assembleia Diocesana da Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) e do Conselho Diocesano Ação Católica Rural (ACR), defendeu que é fundamental ver na diversidade um caminho para a construção de uma sociedade “mais justa e solidária”.
Diante de uma assembleia constituída essencialmente por militantes e dirigentes daqueles dois movimentos católicos, D. José Cordeiro referiu que o trabalho, a migração e a habitação são temas centrais para a Igreja, lembrando que o trabalho não é apenas um meio de sustento, mas um fundamento da dignidade humana.
Neste contexto, incentivou os movimentos da LOC/MTC e da ACR a continuarem a sensibilizar as comunidades e o meio laboral para que encarem a migração com respeito e como uma oportunidade para a prosperidade de todos.
«A nossa missão é sair, ir ao encontro, nesta Igreja em saída, é um imperativo que nos é feito, não nos contentemos com o que já somos, com o que já fazemos», disse, exortando a colocar em prática o método da Ação Católica - “Ver, Julgar, Agir” , contribuindo para que a mensagem de Cristo chegue a todos.
No final da missa, em declarações ao Diário do Minho, D. José notou que os portugueses também já foram e ainda são emigrantes, por isso devemos ajudar quem vem na «boa fé» à procura de melhores condições de trabalho, para si e para a suas famílias, bem como aqueles que «tiveram que fugir de situações complexas da guerra ou da fome».
Para o prelado, apesar das dificuldades que se sentem no país a nível da habitação, trabalho e integração nas comunidades, o caminho deve ser o da «fraternidade» e do respeito pela «dignidade humana».
Na homilia, o Arcebispo lembrou que a comunidade cristã, reunida em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é chamada a acolher o outro e a trabalhar em conjunto pelo «bem comum», pugnando pela «dignidade humana» e valorizando o papel de cada pessoa».
Mencionando a nova encíclica do Papa Francisco, “Amou-nos (Dilexit nos), publicada quinta-feira, o Arcebispo de Braga destacou o amor de Cristo como inspiração para a ação cristã, especialmente no campo social.
“Nesta encíclica, o Papa fala sobretudo do amor de Cristo, do amor humano, a partir do coração de Jesus (...) A verdadeira forma do amor não é um coração, é a Cruz. É o sinal maior do amor. Porque é essa doação inteira, sem esperar nada em troca. Essa é a expressão maior do amor de Deus para connosco. E que tem que ser para com os outros. No fundo, o Papa quer dizer que a opção preferencial pela misericórdia, pelo amor, deve ser seguida por todos e cada um de nós”, explicou.
No final da homilia, recordando o lema episcopal de S. Bartolomeu dos Mártires, antigo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro desafiou a comunidade a viver com o coração “ardente” e a iluminar a vida ao ser redor, seguindo o Evangelho.
“Nós precisámos de viver inquietos”, disse, lembrando que a missão cristã exige coragem para sair, ir ao encontro do próximo e agir sobretudo em prol dos mais necessitados.
Esta foi a primeira vez que a LOC/MTC e a ACR fizeram em conjunto a abertura dos trabalhos das suas Assembleia e Conselho Diocesanos com a celebração da Eucaristia, na capela da Imaculada, no centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese.
Firmina Moreira coordena LOC-MTC da Arquidiocese de Braga
Os militantes da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), reunidos ontem na Assembleia Diocesana, elegeram Firmina Moreira como coordenadora diocesana do Movimento.
Esta militante do grupo de Antas (Famalicão) substitui no cargo Albano Cruz, do grupo de Vila Nova de Sande (Guimarães), que, por sua vez, foi eleito vice-coordenador.
O mandato tem a duração de três anos.
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