Arquidiocese de Braga -

23 outubro 2024

D. José Cordeiro convida cristãos a "evangelizar o mundo na dose certa"

Fotografia Avelino Lima

DM - Rita Cunha

Arcebispo de Braga presidiu ontem à Eucaristia em honra de S. Martinho de Dume, patrono da arquidiocese

O Arcebispo de Braga desafiou os cristãos a “evangelizar o mundo na dose certa: nunca por excesso, impondo a nossa fé aos ouros, e nunca por defeito, sendo motivo de escândalo por a nossa conduta ser contrária à fé que professamos”. Essa ação deve, ainda, “ser decisiva, mas passar despercebida”.

Fazendo uma analogia com o sal e a luz, elementos “que só são notados quando estão em falta ou em excesso”, D. José Cordeiro lembrou que, se o discípulo de Cristo é sal da terra, "uma das suas missões é preservar aquilo que é digno de perdurar no mundo, opondo-se a tudo aquilo que corrompe a vida, como a inveja, o ódio, a autossuficiência". “O discípulo que é sal dá gosto à vida dos outros, ajudando a revelar a beleza que existe em cada pessoa. Além disso, sendo sal da terra, o discípulo tem respeito por todos os seres vivos e por toda a criação”, disse, ontem, na celebração da eucaristia que decorreu na Sé Catedral e que assinalou o Dia de S. Martinho de Dume, patrono da Arquidiocese de Braga. 

A lâmpada que se acende para iluminar, e que é referida no Evangelho por Jesus, também foi metaforicamente utilizada pelo prelado. “A luz que temos de transmitir não é a nossa própria luz, mas a luz de Deus. Não transmitimos as nossas próprias palavras ou gestos, mas as palavras e os gestos do nosso Deus. Temos de ser instrumentos nas mãos de Deus, que Ele usa para continuar a missão de fazer novos discípulos. Através de nós tem de fluir para o mundo o amor que Deus derrama nos nossos corações”, vincou.

Segundo o Arcebispo de Braga, “sair, evangelizar e discipular são verbos ativos no nosso caminho arquidiocesano de Páscoa”. Nesse sentido, apela a “uma Igreja em atitude de oração, formação, renovação e missão, cada vez mais atenta a todas as pessoas e aos sinais dos tempos, uma Igreja que se faça companheira de viagem dos jovens, atenta aos seus sonhos, anseios e dificuldades, sabendo que os jovens procuram a Igreja não para se divertirem, mas para se alimentarem interiormente". “Uma Igreja que sinta, viva, partilhe e se empenhe em ajudar a resolver os inúmeros problemas que hoje atingem as famílias”, exortou.

Por fim, o Arcebispo de Braga referiu-se a S. Martinho e às quatro virtudes que todo o ser humano deve pedir como fórmula para uma vida honesta, por ele apontadas: “prudência, magnanimidade (ou fortaleza), temperança e justiça”.