Arquidiocese de Braga -

4 outubro 2024

Diocese de Pemba agradece colaboração missionária e social da Igreja de Braga

Fotografia DM

DM - Francisco de Assis

A igreja de São Paulo acolheu ontem uma emotiva vigília de oração pela paz e pelo fim da guerra, com testemunhos impressionantes

A igreja do Seminário de São Pedro e São Paulo, em Braga, recebeu ontem uma emotiva vigília de oração, tendo como intenção principal a paz na região de Cabo Delgado, onde está a diocese de Pemba, em Moçambique. Numa conversa com o Diário do Minho, D. Juliasse Sandramo, Bispo de Pemba, destacou a importância de o povo de Deus unir-se em oração; e agradeceu à Arquidiocese de Braga a colaboração missionária e social naquela região, principalmente na paróquia de Ocua.

Para além do Bispo de Pemba, na vigília pela paz em Cabo Delgado e no mundo em geral, participaram ainda o Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, bem como os seminaristas e muitos missionários que já fizeram missão em Ocua. 

O momento ficou marcado pelo arrepiante testemunho do seminarista Bernabé Constância, que viveu na pele e na alma os dramáticos acontecimentos. Relato que não deixou ninguém indiferente.

“A vigília é um momento de comunhão mais profunda, em que colocamos diante de Deus o sofrimento do povo, por causa da guerra», que começou há sete anos. «É um momento de comunhão entre a Igreja de Braga e a Igreja de Pemba, porque só nesta comunhão espiritual é que suplicamos o dom da Paz que todos queremos. O sofrimento do povo é imenso”, referiu D. Juliasse.

O prelado sustentou ainda que a oração, “é o que nos une e ultrapassa as fronteiras dos espaços. E rezando em Braga, também pedimos para que as graças de Deus alcance o coração das pessoas e que o mais breve possível se alcance a paz”.

Questionado sobre as diligências da Igreja de Moçambique para dar visibilidade ao conflito, o Bispo de Pemba lembrou que a guerra é conhecida de todos.

“A Guerra de Cabo Delgado é reconhecida no mundo. As Nações Unidas, a União Europeia, a Igreja Universal, através do secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Parolim, já falaram sobre ela; o próprio Papa, também tem rezado para o seu fim. Ou seja, é uma guerra conhecida por todos. Os apelos estão feitos ao mais alto nível. Agora, resta esperar e rezar para que a paz chegue o mais rapidamente possível”.

Esta colaboração dá sentido a uma Igreja deveras missionária 

Sobre a importância desta colaboração entre Braga e Pemba, D. Juliasse, que regressa hoje a casa, sustentou que esta colaboração faz a Igreja verdadeiramente Missionária.  

“São dez anos de colaboração, de trabalho conjunto, entre a Arquidiocese de Braga e a Diocese de Pemba. Temos muito que agradecer à Arquidiocese de Braga. Temos os seminaristas, que já são sete, sendo que dois estão quase a terminar a sua formação em Braga. Provavelmente, em julho do próximo ano regressam a Moçambique”, anunciou, prosseguindo: “E temos também os missionários que fazem um trabalho muito valioso na paróquia de Ocua. Já são vários os missionários de Braga, entre padres e leigos, que fizeram parte desta importante ação missionária e social. Trazem Ocua no coração e continuam com ela. Já são 60 os missionários de Ocua”, enfatizou. “Portanto, é uma relação que deixa marcas em todos nós. Todos ganhamos por sermos igreja verdadeiramente missionária. Porque se nós fecharmos no nosso mundo, na nossa Igreja, deixamos de ser verdadeiramente a Igreja de Cristo. Temos de estar abertos e aceitarmos os apelos de Cristo. Nós participamos na Igreja de Braga de uma maneira diferente. Mas todos nós sentimos alegria de sermos Igreja e de vivermos o Evangelho de Cristo”.

Além do seminarista, a missionária Fátima também deu testemunho. Na igreja do Seminário foram passadas imagens emocionantes de ações em Ocua.