Arquidiocese de Braga -

26 junho 2024

Pastoral Universitária celebra Missa de Envio de universitários para missões em África

Fotografia DR

Pastoral Universitária de Braga

Projeto Sementes decorre nos meses de julho e agosto em Cabo Verde

No passado sábado, no âmbito da Pastoral Universitária de Braga, celebrou-se a Missa de Envio, no Centro Pastoral Universitário, do grupo de universitários que este ano abraçaram a proposta do Projeto Sementes e se preparam para partir em missão para África nos meses de julho e agosto. Este ano o projeto acolheu onze universitários que, juntamente com as quatros coordenadoras, irão fazer missão em três diferentes comunidades da ilha de Santiago, em Cabo-Verde.

Este ano a celebração teve um enquadramento diferente, não só porque marca a 10.ª edição do Projeto Sementes, mas também o fim de uma caminhada de preparação e envio para missões em África de mais de 200 jovens universitários por parte do Pe. Eduardo Duque, o diretor do Centro Pastoral Universitário, e o fundador deste projeto, que no final deste ano académico deixará, a seu pedido, o serviço da Pastoral Universitária. 

Sábado foi, por isso, um dia especial, porque a Semente número um, o Pe. Eduardo Duque, e as Sementes desta edição do Projeto se juntaram para celebrar o fim de uma caminhada e o envio para uma nova missão nas suas vidas.

A partilha que aqui vos deixo é a minha experiência no Projeto Sementes ao longo deste ano.

Ao fim da tarde de sábado, juntei-me com as Sementes, os nossos familiares e amigos, para celebrarmos aquele que é o ponto de partida para uma das aventuras mais lindas da nossa vida. A Missa de Envio possui um significado muito importante. É o ponto que marca o fim dos encontros de preparação e nos dá a consciência de que vamos partir. Mas até chegar a este momento de partida foram precisos cerca de nove meses de preparação. Desde outubro que temos vindo a fazer um caminho de superação, de crescimento, de entrega e de amor. Foram meses preenchidos com diferentes atividades: desde reuniões semanais, onde abordávamos diferentes temas, mais práticos e direcionados para a preparação das missões, mas também de reflexão sobre a importância de ser cristão e seguir os caminhos de Deus; fizemos experiências de voluntariado local quinzenalmente; o retiro espiritual e atividades de angariação de fundos de apoio às missões.

Embora parecesse muito exigente no início, a verdade é que todas estas ações tiveram significado na minha vida: nas reuniões semanais aprendi que o trabalho em grupo, a partilha e a comunicação são essenciais em missão, adquiri confiança e resiliência; no retiro espiritual aproximei-me mais de Deus e percebi que, em todos os momentos da minha vida, Ele é o meu refúgio e amparo e é Ele que conduz a minha barca; com o voluntariado aprendi que é a diferença entre as pessoas que nos torna iguais, porque, independentemente da raça, da condição financeira ou da história de vida de cada um, todos precisamos do outro para sermos inteiramente felizes. Esta foi uma das maiores aprendizagens nestes meses: a felicidade completa só é conseguida quando nos damos ao outro, quan-
do partilhamos o que somos. 

Durante este caminho de nove meses tive a oportunidade de investir em mim, tanto numa perspetiva mais pessoal, como social e comunitária. Aprofundei a minha fé, a vivência em grupo, a capacidade de partilhar, de aprender e de comunicar. Nesta caminhada fui desafiada muitas vezes. Em todos os desafios consegui aprender mais sobre mim, sobre o meu grupo, sobre os outros e sobre o mundo. Agora, chegado o final desta jornada de preparação, vejo que tudo teve sentido e que este é o verdadeiro objetivo de todo o projeto: a nossa transformação interior.

Por tudo isto, o dia 22 de junho foi um verdadeiro marco na minha vida e ficará para sempre na minha memória. Pela intensidade, pela alegria, pela gratidão e pelo amor vividos. Foi um dia intenso, em que, através das palavras próximas e sensatas do Pe. Eduardo Duque, que presidiu à cerimónia, consegui ter um contacto mais próximo com Deus. Senti-me pronta para enfrentar o mês que aí vem, para viver tudo de forma verdadeira e intensa, para ver o mundo, as pessoas, os sítios e a felicidade de forma diferente. 

O caminho não foi fácil, é certo, assim como a missão certamente também não será, sei que as dificuldades irão aparecer, mas, agora, sinto que estou mais preparada para as enfrentar. 

Só posso, por isso, agradecer por me terem deixado fazer o Projeto Sementes e, principalmente, por não ter desistido. Até aqui as aprendizagens foram bastantes, depois daqui só o futuro dirá. Mas tenho a certeza que me tornei uma pessoa diferente. 

Beatriz Sousa Mestrado em Psicologia Clínica 
e Psicoterapia de Adultos, UMinho