Arquidiocese de Braga -
14 junho 2024
Pão de Santo António deve inspirar sustento da fé e da dignidade humana
DM - Francisco de Assis
O concelho de Famalicão viveu ontem um dos dias mais importantes e simbólicos das festas antoninas 2024 e o ponto alto do ponto de vista religioso. Durante a Eucaristia e distribuição do “pão bento”, o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, considerou que a distribuição do Pão de Santo António deve servir de inspiração aos cristãos como alimento eucarístico, mas também como sustento de todo o homem, com vista à sua dignidade, principalmente os mais necessitados.
A Eucaristia solene de Santo António decorreu na Praceta Cupertino de Miranda, na presença de um grande número de famalicenses, entre eles o presidente da Câmara Municipal, Mário Passos; e toda a sua vereação.
A missa foi presidida por D. José Cordeiro e concelebrada por vários sacerdotes do Arciprestado, dando precisamente a ideia de união em torno do padroeiro do concelho e do arciprestado.
Na sua homilia, o arcebispo começou por fazer uma breve história da vida de Santo António, mostrando, por um lado, a sua ação como pregador exímio, mas sobretudo a sua ligação ao pão eucarístico, sem o qual o cristão não vive; e por outro, foi sublinhado a grande ação caritativa e de atenção aos mais pobres, sem esquecer que Santo António foi um discípulo de São Francisco de Assis.
Na homilia, D. José Cordeiro recordou o 5º Congresso Eucarístico Nacional, que decorreu em Braga entre o final de maio e início de junho deste ano, considerando até que poderá haver uma ligação entre a “transladação” da capela de Santo António, em Famalicão, e o Congresso Eucarístico Nacional de há 100 anos, também em Braga.
Foi descerrada também uma placa comemorativa dos 100 anos da capela de Santo António, apesar de ainda não estar pronta. Curiosamente, também há 100 anos, este templo antonino ainda não estava completo.
D. José Cordeiro usou as próprias palavras de Santo António, sobre o pão de Deus, o Pão Eucarístico, o Pão da Vontade de Deus, o pão vivo que a todos congrega à volta da mesa eucarística: “O coração precisa deste pão que sacia a fome de Deus”.
O Arcebispo de Braga ensinou que Santo António foi considerado Doutor da Igreja, ou seja, aquele cuja doutrina deve ser seguida por todos.
Salientou ainda as duas palavras que se tornaram atitude de vida de São Francisco de Assis e Santo António. “Paz e Bem”, precisamente o lema dos franciscanos.
Um lema que só pode ser concretizado se houver pão para todos. Porque sem pão não pode haver paz.
“Que este pão partido e repartido não falte a ninguém, para que todos tenham dignidade na sua vida. Um pão que não só nos alimenta como nos fortaleça neste peregrinar como cristãos”, disse D. José Cordeiro.
O prelado salientou ainda que o pão de Santo António tem o simbolismo do compromisso da igreja em cuidar daqueles que mais precisam, não deixando ninguém para atrás. “Símbolo do apoio e solicitude” da Igreja para com os outros.
Recorde-se que a tradição do Pão de Santo António, também conhecido como “pão bento” ou “pão dos pobres”, começou há mais de 100 anos, em 1906. Está relacionada com os vários milagres praticados por este santo português, o santo casamenteiro.
O coro que solenizou a missa em Famalicão cantou: “nosso padroeiro Santo António sois o pastor que nos sacia com a Santa Eucaristia, corpo e sangue de Jesus; sois o pastor que nos sacia com a Santa Eucaristia”.
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