Arquidiocese de Braga -
4 março 2024
Casa Paroquial de Dume cedida à Cáritas
DM - Carla Esteves
A casa servirá para acolher grupos em situação vulnerável
A Paróquia de Dume e a Cáritas Arquidiocesana de Braga celebraram no dia 1 de março um protocolo que prevê a cedência da casa paroquial para a instalação de um apartamento partilhado destinado a grupos vulneráveis.
A resposta enquadrada na Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, é enaltecida pela Cáritas, que nela vê “um exemplo que poderia ser seguido” por várias outras entidades, para ajudar a promover o alojamento temporário destas pessoas, com vista à sua capacitação e autonomização.
O pároco de Dume, cónego Hermenegildo Faria, recordou que há cerca de seis anos, quando assumiu a Paróquia de Dume, após o falecimento do anterior pároco, continuou a residir na residência paroquial de Real, paróquia onde já se encontrava, tendo a casa paroquial de Dume ficado vazia.
Surgiu então o projeto de recuperar o edifício, mantendo uma parte habitacional, que segundo o pároco, não é necessária à paróquia, usufruindo da parte de baixo para acomodar serviços paroquiais, incluindo a catequese.
“No que respeita à parte habitacional sempre tivemos a ideia de lhe dar um destino social, embora pudéssemos alugar os quartos com outras finalidades e ter uma maior rentabilidade. Mas o nosso desejo foi este, respondendo também ao repto lançado pelo Papa, que recentemente, em Marselha, propôs colocar os espaços disponíveis ao dispor das pessoas que deles precisam”, explicou.
Segundo o cónego Hermenegildo Faria, foi necessário reabilitar a casa, o que implicou um investimento considerável, todo ele realizado com fundos da paróquia e com apoio de privados.
Numa fase posterior será recuperado o salão paroquial, situado junto a este edifício, para albergar os escuteiros e as suas atividades, bem como as festas e reuniões comunitárias. Para criar fundos para o efeito serão vendidas outras pequenas residências também propriedade da paróquia.
Segundo o pároco, a recuperação da casa foi efetuada de maneira a proporcionar as melhores condições às pessoas que ali ficarem temporariamente alojadas, recorrendo-se ao uso de energias renováveis, através de painéis solares.
“Optámos por este protocolo com a Cáritas porque esta entidade é a ação caritativa da Arquidiocese e como o nosso desejo era colocar o edifício para fins sociais, fizemos o apelo à Cáritas como organismo que o pode fazer da melhor maneira, com técnicos que farão o acompanhamento destas pessoas”, disse o pároco.
O presidente da Cáritas Arquidiocesana de Braga, João Nogueira afirmou que a Cáritas muito gostaria que este exemplo fosse seguido por outras entidades.
“Sabemos que a habitação é um problema sério na nossa sociedade e este olhar sobre o outro pode passar por este desprendimento, colocando ao serviço do próximo o seu património”, defendeu João Nogueira.
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