Arquidiocese de Braga -

28 novembro 2023

Misericórdia de Braga deixa para a posteridade mensagem de gratidão aos “heróis” da Covid-19

Fotografia Avelino Lima

DM - Carla Esteves

A obra, da autoria do escultor Helder de Carvalho, foi benzida pelo Arcebispo Primaz, D. José Cordeiro

\n

Perpetuar a memória das vítimas de Covid-19 e reconhecer todos os que ajudaram no combate à pandemia é o grande propósito do Memorial Covid-19, que ontem foi inaugurado na zona exterior do Palácio do Raio, precisamente na área que dará acesso ao futuro Complexo Social e de Saúde da Misericórdia de Braga.

A obra, da autoria do escultor Helder de Carvalho, foi benzida pelo Arcebispo Primaz, D. José Cordeiro, na presença de representantes de várias instituições parceiras do concelho.

O provedor da Misericórdia de Braga, Bernardo Reis realça que o Memorial Covid-19 "presta homenagem a todos os seus dirigentes, técnicos e funcionários, reconhecendo o notável trabalho desenvolvido em prol da instituição, com o seu trabalho solidário em comunhão com a comunidade que apoia".

"A Santa Casa da Misericórdia, associando-se a todas as Misericórdias, ao Serviço Nacional de Saúde e a outras instituições do setor social e privado, deixa uma mensagem de gratidão para a posteridade, pela abnegação, dedicação e serviço ao próximo, com risco e entrega de todos os envolvidos nesta missão sanitária", disse.

O Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, enalteceu o Memorial Covid-19 e agradeceu à Misericórdia de Braga a sua presença secular na cidade, anunciando que após a época natalícia terá lugar uma reunião com todas as Santas Casas da Misericórdia da Arquidiocese de Braga, que desde a primeira hora abraçam as situações limite.

D. José Cordeiro agradeceu não apenas a cooperação das Misericórdias, mas de todas as instituições presentes na cerimónia, salientando a articulação e o trabalho realizado em parceria.

"Que as Santas Casas nunca se cansem de 'misericordiar' em articulação com os Municípios e com o poder central", pediu o prelado.

A chefe de Gabinete do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ana Ferreira, felicitou a Misericórdia de Braga pelo bom cumprimento da sua missão e recordou os difíceis tempos da pandemia, e o trabalho realizado pelo Município de Braga várias instituições da cidade.

"Este memorial às vítimas e em reconhecimento dos que ajudaram a combater a pandemia é, por isso, um ato louvável", concluiu.

Prolongar a lembrança da calamidade e agradecer a coragem dos que a combateram 

O escultor Helder de Carvalho revelou que o objetivo da obra foi conceber uma forma simbólica que prolongasse a lembrança da calamidade surgida com a Covid-19 e recordasse o esforço e coragem de todos os envolvidos nesse combate.

Assumindo que o corpo humano assumem para ele uma espécie de «afinidade natural», Helder de Carvalho procurou no corpo humano a ideia imagética que traduzisse o pensamento simbólico que buscava e o foco recaiu na forma das mãos.

"Usando o modelo anatómico das mãos somos capazes de transmitir plasticamente uma riqueza infinita de gestos que nos comunicam diferentes significados, afetos e emoções", afirmou, acrescentando que foi criada uma representação, a ascender na vertical, de duas mãos que se tocam e que nascem de uma placa quebrada, de forma minimalista, que pretende simbolizar o enigma inicial da pandemia.

Segundo Helder Carvalho "pela pose das mãos convoca-se o imaginário para a ideia de ajuda, de apoio, de solidariedade".

O autor de obras como a “Alegoria aos 500 anos da Misericórdia de Braga”, situado no Largo D. João Peculiar ou a estátua de São Bartolomeu dos Mártires, no Largo de São Paulo, bem como a estátua de Frei João da Ascensão, no adro da Igreja do Carmo, em Braga, destacou ainda a "nobre intenção da Santa Casa da Misericórdia de Braga ao mandar construir um memorial para lembrar as vítimas e homenagear os heróis na luta contra a pandemia".