Arquidiocese de Braga -

28 setembro 2022

Bispo da Costa Rica prevê crise humanitária devido ao crescente fluxo de migrantes em trânsito

Fotografia DR

DACS com Vida Nueva Digital

O Secretário Executivo da Pastoral da Mobilidade Humana da Costa Rica alerta que, apesar de tantos sinais, ainda não há consciência do alcance deste fenómeno.

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Cada vez mais migrantes passam pela Costa Rica na tentativa de alcançar o chamado “sonho americano”. De acordo com a agência de notícias Fides, a concentração destes grupos já pode ser vista em vários locais: na zona sul, na cidade de San José, Ciudad Quesada, Los Chiles, Upala e La Cruz, mas também há uma presença crescente em todas as a diocese da Costa Rica.

Diante desta situação, e por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que se celebrou no último Domingo, 25 de Setembro, o bispo auxiliar de San José e secretário executivo da Pastoral da Mobilidade Humana, Daniel Blanco Méndez, convocou a comunidade católica a não ser indiferente a uma possível crise humanitária, que pode acontecer se o que está a acontecer no país não for abordado de forma integral.

Explicou que à já complexa situação da migração nicaraguense, se soma a de grupos de outras partes do continente, entre os quais a situação dos venezuelanos é crítica; mas também de outras partes do mundo que usam a Costa Rica como território de trânsito para os Estados Unidos.

 

Alerta para o desconhecimento do fenómeno

D. Blanco Méndez lembrou que só de 1 de Janeiro a 31 de Agosto deste ano, o Panamá registou a passagem de 102.067 pessoas que se mudaram para a Costa Rica, por diversos motivos.

“As causas que, independentemente do país de origem, forçam o seu deslocamento são diversas: perseguição política, insegurança e violência, exclusão e pobreza, incluindo a crise climática e os desastres ambientais. Muitos expostos a serem vítimas de tráfico de pessoas, traficantes que abusam deles, crimes comuns e até mesmo das autoridades”, observou.

Considerou que, apesar de todos estes aspectos óbvios, os habitantes ainda não se consciencializaram do seu alcance e natureza crítica.

“É provável que um grande número destas pessoas não possa continuar o seu caminho e deva permanecer involuntária e indefinidamente na Costa Rica, muitas porque ficaram sem dinheiro ou não têm meios para superar os obstáculos derivados do encerramento de fronteiras que os impede de entrar e transitar por outros países vizinhos”.

Por isso, fez um apelo à sociedade da Costa Rica  – e de modo especial às autoridades do Governo da República e às instituições – para que assumam esta situação desde a perspectiva dos direitos humanos e disponham dos recursos necessários “para assegurar a passagem e a sua permanência no país de forma digna”.

Artigo de Miroslava López, publicado em Vida Nueva Digital a 27 de Setembro de 2022.