Arquidiocese de Braga -

16 setembro 2022

Bispos da República Centro-Africana recusam-se a fazer parte da comissão que irá redigir a nova Constituição

Fotografia DR

DACS com Vida Nueva Digital

“Acreditamos que a palavra deveria ter sido dada primeiro ao povo centro-africano”, alertaram.

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A República Centro-Africana iniciou ontem a elaboração da sua nova Carta Constitucional. Um processo que será levado a cabo por uma comissão criada especificamente para o efeito e da qual, no entanto, a Conferência Episcopal do país se recusou a fazer parte.

“Na actual fase do debate, a Conferência Episcopal Centro-Africana (CECA) questiona a correcção da abordagem para a elaboração de uma nova Constituição”, explica a Conferência Episcopal à Presidência da República, de acordo com a Agência Fides.

“Acreditamos que a palavra deveria ter sido dada primeiro ao povo centro-africano. Para isso, uma ampla consulta poderia indicar, sem dúvida, a disposição das pessoas sobre a necessidade dessa revisão. Assim, a criação da Comissão de Redacção (da Carta) seria justificada após este processo de referendo”, explicam os bispos.

 

Preservar a paz

Deste modo, na carta pode ler-se que, agradecendo ao presidente a confiança que “continua a depositar na Igreja Católica”, a Conferência Episcopal Centro-Africana “rejeita o convite para integrar a Comissão encarregada de redigir a Constituição da República Centro-Africana”.

No entanto, o cardeal Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de Bangui, destacou um aspecto que a comissão deve levar em conta.

“A minha mensagem particular é a de se preservar a paz a todo custo. Quando não vivemos a guerra, não medimos a importância de preservar a paz. Mas quando já vivemos a guerra, dormimos na relva, bebemos água suja e não tivemos nada para comer, ou não pudemos ir à escola, curar-nos ou ficamos com medo de morrer como animais, tudo isso leva-nos a dizer: é tempo de preservar a paz”, afirmou.

Artigo de Vida Nueva Digital, publicado a 15 de setembro de 2022.