Arquidiocese de Braga -
15 setembro 2022
Arquidiocese de Washington oferece opção de criptomoedas para doações
DACS com Crux
Dioceses e organizações católicas devem assegurar que doações de criptomoedas não estejam envolvidas em nada que vá contra a doutrina da Igreja.
Para Joseph Gillmer, director executivo de desenvolvimento da Arquidiocese, a adição da criptomoeda como uma forma de doação é outro passo no seu objectivo de facilitar ao máximo a doação dos paroquianos, oferecendo-lhes várias maneiras de o fazerem.
“Não foi algo pedido”, disse Gillmer ao Crux. “Mas isto podia fazer sentido para algumas pessoas que têm esses activos e quero ter a certeza de que eles sabem que podem usá-los e como usá-los e dar-lhes todas as instruções necessárias para poderem fazer isso”.
Para possibilitar as doações de criptomoedas, a Arquidiocese fez uma parceria com a Engiven, fornecedora de serviços de doação de criptomoedas a organizações sem fins lucrativos e religiosas.
A Engiven trabalha com outras organizações católicas, incluindo a Catholic Charities of Eastern Washington na Diocese de Spokane, e a Catholic Community Foundation of Southwest Florida na Diocese de Venice. Em geral, porém, quase nenhuma diocese está envolvida em criptomoedas.
James Lawrence, cofundador da organização, teve a ideia da empresa por volta de 2017, quando tinha cerca de cem dólares em Bitcoin que queria doar a uma igreja ou ministério protestante, mas não conseguiu encontrar nenhum que aceitasse. Afirmou que muitos deles nem tinham ouvido falar de criptomoedas.
Essa realidade levou-o e ao seu parceiro de negócios, o cofundador da Engiven, Matt Hayes, a desenvolver a Engiven para educar e mostrar às entidades religiosas que podem beneficiar das criptomoedas. Simplificando, Lawrence disse que “a economia básica das cripto faz muito sentido”.
“A maioria das organizações não receberá um grande volume de doações em criptomoedas, mas quando o fizerem geralmente será entre quinze mil e trinta e cinco mil dólares e o esforço de implementação é relativamente baixo”, disse Lawrence. “Em segundo lugar… é uma maneira de conhecer os paroquianos onde estão em termos daquilo que querem dar”.
“Não sabemos simplesmente se há alguém que investiu em criptomoedas há alguns anos, ou mesmo recentemente”, continuou. “Não podemos necessariamente saber porquê ou quem, mas podemos conhecer as oportunidades e garantir que apresentamos uma maneira segura, muito segura e elegante de fazer essa doação”.
Lawrence disse que a doação média na plataforma Engiven está entre os quinze mil e os trinta e cinco mil dólares, observando, no entanto, que recebem doações de todos os valores. Explicou que no ano passado processaram uma doação de 10 milhões de dólares em Bitcoin para um ministério e viram muitos ministérios de seis dígitos.
Stephen Barrows é o director de operações do Acton Institute, um “think tank” com sede em Michigan que promove políticas de mercado livre sustentadas por princípios religiosos, e escreveu e falou sobre criptomoedas.
Disse ao Crux que uma coisa que as dioceses e organizações católicas devem assegurar com as doações de criptomoedas é que não estejam envolvidas em nada que vá contra a doutrina da Igreja, semelhante à abordagem com acções.
Na Arquidiocese de Washington, a plataforma de doações de criptomoedas é gerida através da sua Iniciativa de Apoio Paroquial, um programa que a arquidiocese iniciou durante o primeiro Verão da pandemia do COVID-19 para dar aos paroquianos outra forma de fazerem doações às suas paróquias mesmo estando longe.
Na página de doações, um utilizador pode escolher a causa para a qual doar a criptomoeda e se a doação é destinada a uma paróquia que pode ser identificada na página. A partir daí, o utilizador escolhe a forma de criptomoeda – há mais de 90 que são aceites – e, de seguida, insere o seu nome, endereço de e-mail, número de telefone e outras perguntas típicas de um formulário online.
A criptomoeda é considerada um mercado altamente volátil, embora Gillmer tenha dito que a Arquidiocese liquida a doação assim que é recebida para eliminar qualquer hipótese de impacto do mercado. É a mesma política que a Arquidiocese usa quando as pessoas doam outras formas de propriedade, como acções. Também observou que escolheu fazer uma parceria com a Engiven em parte por causa dos seus protocolos de segurança e que possui um seguro de responsabilidade cibernética em vigor.
A parceria com a Engiven custa à Arquidiocese 1.500 dólares por ano, o que, segundo ele, vale a pena. Também disse que outro aspecto atraente da Engiven é a capacidade da Arquidiocese de criar páginas de doação de criptomoedas para diferentes paróquias operarem por conta própria, sem custos adicionais.
A Arquidiocese de Washington não recebeu nenhuma doação desde que adicionou a possibilidade de doações em criptomoedas no final de Julho. Gilmer disse que não está surpreendido. Afirmou não esperar mais do que algumas doações este ano, e cerca de 10 a 25 doações por ano quando a oportunidade se tornar mais conhecida.
Gillmer, porém, sublinhou que a expectativa não é e nunca foi uma grande onda de doações.
“Não ficarei surpreendido se houver apenas algumas neste primeiro ano, e está tudo bem para mim porque, novamente, não se trata de arrecadar imenso dinheiro”, disse Gilmer. “Trata-se de ter a certeza de que temos todas as formas possíveis de apoio e que as pessoas possam escolher o que é melhor para elas”.
Artigo de John Lavenburg, publicado no Crux a 15 de Setembro de 2022.
Partilhar