Arquidiocese de Braga -

6 setembro 2022

Papa Francisco beatificou João Paulo I

Fotografia Vatican Media

DACS com ECCLESIA

O Santo Padre destacou o exemplo de vida de João Paulo I (1912-1978) perante uma multidão de fiéis que, apesar da chuva, participou na celebração na praça de S. Pedro.

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Francisco proclamou a fórmula de beatificação para que “o venerável servo de Deus, João Paulo I, Papa, possa ser de ora em diante chamado beato”, com festa litúrgica a 26 de Agosto, dia da sua eleição pontifícia, em 1978.

O Santo Padre destacou o exemplo de vida de João Paulo I (1912-1978) perante uma multidão de fiéis que, apesar da chuva, participou na celebração na praça de S. Pedro.

A fórmula de beatificação de João Paulo I foi proclamada em latim, respondendo assim a um pedido “da Diocese de Belluno-Feltri, de muitos outros irmãos no episcopado e muitos fiéis”, afirmou Francisco.

“Com o sorriso, o Papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do Senhor. É bela uma Igreja com um rosto alegre, um rosto sereno e sorridente, que nunca fecha as portas, que não exacerba os corações, que não se lamenta nem guarda ressentimentos, que não está zangada nem impaciente, não se apresenta com modos rudes, nem padece de saudades do passado”, afirmou o actual Papa durante a homilia da celebração. João Paulo I viveu “na alegria do Evangelho, sem cedências, amando até ao extremo”, acrescentou.

Albino Luciani nasceu a 17 de Outubro de 1912 em Canale d’Agordo, Diocese de Belluno, no Véneto. Era patriarca de Veneza quando foi eleito Papa a 26 de Agosto de 1978, assumindo o nome de João Paulo I. Ficou conhecido como o “Papa do Sorriso”. Recusou a coroação formal e não quis ser carregado na cadeira gestatória.

O processo de beatificação de João Paulo I chegou ao Vaticano a 3 de Janeiro de 2007. O decreto que reconheceu as “virtudes heróicas” do novo beato foi aprovado em Novembro de 2017. O tribunal eclesiástico para o inquérito diocesano começou as actividades em 22 de Novembro de 2003 e concluiu os seus trabalhos três anos depois; nas 203 sessões do processo, foram ouvidas 167 testemunhas.

A cura reconhecida como milagre, que abriu caminho à beatificação, aconteceu na Argentina, em Buenos Aires, há cerca de dez anos. Em causa está inexplicável cura científica de uma criança argentina, Candela Soza, gravemente afectada por uma epilepsia refratária maligna.

Quando se verifica um outro milagre devidamente reconhecido, após a beatificação, o beato é proclamado “santo”.

A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

Até hoje, 83 pontífices foram declarados santos e dez beatificados.