Arquidiocese de Braga -

5 setembro 2022

Papa Francisco pede à Coreia do Norte que o convide para visita

Fotografia LEE JIN-MAN/POOL/ZUMA PRESS/MAXPPP

DACS com La Croix

Numa entrevista realizada na sexta-feira, 26 de Agosto, o Papa disse que está disposto a ir à Coreia do Norte, sob a condição de ser oficialmente convidado. Francisco explica que quer ir lá com o objectivo da “fraternidade”.

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O Papa pediu a Pyongyang que o convidasse para a Coreia do Norte, dizendo que não recusaria uma oportunidade de visitar a potência nuclear isolada e trabalhar pela paz.

“Quando eles me convidarem – por outras palavras, por favor, convidem-me – eu não direi não”, disse Francisco na sexta-feira, 26 de Agosto, em entrevista à emissora pública sul-coreana KBS. “O meu objectivo é simplesmente a fraternidade”, acrescentou.

 

À espera de um convite oficial desde 2018

A possibilidade de uma viagem papal já tinha sido levantada em 2018, quando o ex-presidente sul-coreano Moon Jae-in embarcou num exercício diplomático com o líder norte-coreano Kim Jong-un. Moon Jae-in, católico, disse numa cimeira que Kim Jong-un disse estar pronto para receber o Papa “com entusiasmo”.

Francisco respondeu então que estaria pronto para ir à Coreia do Norte se recebesse um convite oficial.

Pyongyang cortou amplamente o contacto com Seul depois de uma segunda cimeira fracassada entre Kim Jong-un e o presidente dos EUA, Donald Trump, em 2019, deixar as negociações paralisadas.

 

Actividade religiosa sujeita a restrições extremamente estritas

Desde a posse do novo presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol em Maio, as relações entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul estão em baixo. Esta última ofereceu ajuda ao Norte em troca da desnuclearização, mas o regime de Kim Jong-un rejeitou essa oferta e fez troça do projecto.

Pyongyang acusou a Coreia do Sul de estar por trás do surto de Covid no país, ameaçando-a com “forte retaliação”. O regime norte-coreano continuou este ano a realizar testes apesar das sanções, incluindo a de um míssil balístico intercontinental de longo alcance pela primeira vez desde 2017.

A liberdade religiosa está consagrada na Constituição do Norte, mas toda a actividade religiosa está sujeita a restrições extremamente rígidas e é totalmente proibida fora das instituições sancionadas pelo Estado.

O regime norte-coreano autoriza as organizações católicas a realizar projectos humanitários, mas as relações directas com o Vaticano são inexistentes.

Durante uma visita à Coreia do Sul em 2014, o Papa Francisco celebrou uma missa especial em Seul pela reunificação da península.

Artigo do La Croix com a AFP, publicado a 26 de Agosto de 2022.