Arquidiocese de Braga -

1 setembro 2022

O serviço é um chamamento para todos, não apenas para alguns, diz o Papa

Fotografia CNS / Vatican Media

DACS com Crux

Depois de rezar a oração do Ângelus, o Papa Francisco disse que estava a acompanhar as notícias da contínua repressão contra a Igreja Católica na Nicarágua “com preocupação e tristeza”.

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Seguir o exemplo de amor e serviço de Cristo aos necessitados não é uma tarefa reservada a poucos, mas um chamamento para todos os cristãos, disse o Papa Francisco.

A imagem de Jesus de entrar no reino dos céus por uma “porta estreita” não significa que “apenas alguns estejam destinados a atravessá-la”, mas significa viver “a vida no amor, no serviço e no doar-se como Ele fez ”, disse o Papa no Angelus de 21 de Agosto.

“Entrar no plano que Deus propõe para a nossa vida exige que restrinjamos o espaço do egoísmo, reduzamos a presunção de autossuficiência, baixemos as alturas do orgulho e da arrogância e superemos a preguiça, para atravessar o risco do amor, mesmo quando envolve a cruz”, afirmou.

Depois de rezar a oração do Angelus, o Papa Francisco disse que estava a acompanhar as notícias da contínua repressão contra a Igreja Católica na Nicarágua “com preocupação e tristeza”.

A 19 de Agosto, a polícia da Nicarágua invadiu a sede diocesana de Matagalpa e removeu o bispo Rolando Álvarez e quase uma dúzia de outras pessoas que estavam em prisão domiciliarária há mais de duas semanas.

Embora o Papa não tenha mencionado especificamente a prisão do bispo Álvarez, orou pela paz no país através da intercessão de Maria.

“Gostaria de expressar a minha convicção e a minha esperança de que, através de um diálogo aberto e sincero, ainda possam ser encontradas as bases para uma convivência respeitosa e pacífica. Peçamos ao Senhor, por intercessão da «Purísima« («Maria Puríssima»), que inspire o coração de todos com esta vontade concreta”, disse.

Como tem feito quase todas as semanas, também rezou pelo povo da Ucrânia.

Dirigindo-se a cerca de 12.000 peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Papa reflectiu sobre o Evangelho de São Lucas, no qual Jesus responde a uma pergunta sobre aqueles que serão salvos pedindo aos seus seguidores que “se esforcem para entrar pela porta estreita”.

A imagem de uma porta estreita, disse o Papa, “pode assustar, como se a salvação fosse destinada apenas a alguns eleitos ou pessoas perfeitas”.

No entanto, acrescentou, a crença em apenas algumas pessoas escolhidas “contradiz” o ensino de Jesus de que todos são bem-vindos “à mesa no reino de Deus”.

“Esta porta é estreita, mas está aberta a todos”, disse. “Não se esqueçam disto. A porta está aberta a todos”.

No entanto, o uso da imagem da porta estreita por Jesus foi a sua maneira de dizer aos cristãos que “para entrar na vida de Deus, na salvação, é preciso passar por Ele, não por outro, por Ele; para acolhê-lO e à Sua palavra”.

Também convocou os cristãos a reflectir sobre “aqueles actos diários de amor com que se luta para continuar” e a reflectir sobre aqueles que dedicam as suas vidas e se sacrificam para ajudar os necessitados, incluindo os pais, bem como aqueles que servem os idosos e pobres”.

“Pensemos naqueles que continuam a trabalhar com empenho, suportando o desconforto e, talvez, o mal-entendido; pensemos naqueles que sofrem por causa da fé, mas continuam a rezar e a amar; pensemos naqueles que, em vez de seguirem os seus próprios instintos, respondem ao mal com o bem, encontrando forças para perdoar e coragem para recomeçar”, afirmou.

O Papa Francisco encorajou os cristãos a seguirem o exemplo daqueles que escolhem “a porta estreita de Jesus” e não “a porta larga da sua própria conveniência”.

“Irmãos e irmãs, de que lado queremos estar?”, perguntou o Papa. “Preferimos a maneira fácil de pensar apenas em nós mesmos, ou escolhemos a porta estreita do Evangelho que põe em crise o nosso egoísmo, mas que nos torna capazes de acolher a verdadeira vida que vem de Deus e nos faz felizes? De que lado estamos?”.

Artigo de Junno Arocho Esteves, publicado no Crux a 22 de Agosto de 2022.