Arquidiocese de Braga -
1 julho 2022
AIS financia mais de 5.000 projectos para apoiar cristãos perseguidos em todo o mundo
DACS com La Croix
Em 2021, a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) interveio em 132 países. A guerra na Ucrânia, bem como a situação dos cristãos na Nigéria, Síria e Líbano são muito preocupantes.
A construção de uma capela no Malawi, um muro em volta de uma paróquia no Paquistão, financiamento de uma rádio cristã em Vilnius (Lituânia)… Em 2021, a associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) apoiou a aquisição de 1.338 veículos, contribuiu para a construção de 307 igrejas, 157 mosteiros e noviciados, 295 centros pastorais e 52 seminários.
Tantos projectos realizados graças a 22,1 milhões de euros arrecadados de dadores em França. “A nossa missão é viabilizar os projectos das Igrejas no mundo”, explica o director para a França, Benoît de Blanpré, que apresentou o relatório 2021 da AIS, na quinta-feira, 30 de Junho.
Presente em 132 países, a AIS França trabalha com 22 outros gabinetes nacionais, o que eleva o orçamento total para 133 milhões de euros e permite financiar com precisão 5.298 projetos, sempre organizados em ligação com a Igreja local.
Mas a vocação da AIS não se traduz apenas em subsídios: “Temos três missões: informar sobre a situação dos cristãos no mundo, rezar para sustentar a esperança e, finalmente, financiar a ajuda”, confirma Benoît de Blanpré.
A informação e a oração passam sobretudo pela publicação, de dois em dois anos, de um relatório sobre os cristãos perseguidos no mundo, ou ainda pela “Noite das testemunhas”, que permite ouvir os católicos dos cinco continentes.
É África que mobiliza o maior orçamento (28 milhões de euros), não só para apoiar as comunidades vítimas do “terror islâmico”, mas também para fortalecer a fé dos católicos. Na Ásia (20 milhões de euros), trata-se sobretudo de combater o flagelo da pobreza. Por sua vez, 16 milhões de euros são dedicados ao Médio Oriente, em particular para ajudar os cristãos a permanecerem lá. Seguem-se a Europa de Leste (14 milhões de euros) e a América Latina (13 milhões de euros). O suficiente para sustentar a escola jesuíta na planície de Bekaa (Líbano), ou a construção de um presbitério a uma altitude de 3.000 metros na Cordilheira dos Andes.
Ataques na Nigéria
“Em toda a parte, há apelos de cristãos em dificuldade, até perseguidos”, confidencia durante a conferência de imprensa Benoît de Blanpré. Isto é confirmado por Amélie Berthelin, responsável pelo serviço de informação da AIS, que visita países atingidos por ataques à liberdade de crença. É a Nigéria que continua a ser a mais preocupante, com uma sucessão de execuções sumárias, raptos para resgate e violência quotidiana.
Na Síria, os cristãos estão a perder a esperança e as sanções económicas internacionais estão a penalizar qualquer perspectiva de reconstrução. No Líbano, “é terrível ficar pobre”, disse um professor universitário à AIS.
Na Ucrânia, a AIS apoia a Igreja Greco-Católica há setenta anos e continua a acompanhar os 4.879 sacerdotes ou religiosos e as 1.350 religiosas que optaram por permanecer apesar da guerra. Além da ajuda emergencial – com alimentos ou geradores – o projecto de reconstrução de um seminário pretende ser um sinal de confiança no futuro.
Nascido na Ucrânia e vigário da Igreja de Saint-Volodymyr-le-Grand em Paris, o padre Taras Ovsianyk testemunhou, durante a conferência de imprensa, a coragem dos amigos da Ucrânia: “Existem valores e princípios pelos quais concordamos morrer”. Acreditando que a Ucrânia já conquistou a “vitória moral”, insistiu: “Isto deve fazer o mundo inteiro pensar. Nunca cometemos erros ao ajudar os outros”.
Artigo de Christophe Henning, publicado no La Croix a 1 de Julho de 2022.
Partilhar