Arquidiocese de Braga -

15 junho 2022

Francisco pede para não se cair na indiferença perante a guerra

Fotografia

DACS com Agência Ecclesia

O Papa assumiu também que tem de “ouvir o corpo e aceitar os limites”.

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O Papa Francisco pediu, esta quarta-feira, que o prolongamento da guerra não se traduza numa indiferença perante o sofrimento das populações, aproveitando a audiência pública semanal para reafirmar a solidariedade com o “martirizado” povo da Ucrânia.

Francisco apelou a que os cristãos não se habituem “a viver como se a guerra fosse uma coisa distante” e pediu que não se esqueça “o martirizado povo da Ucrânia, em guerra”. Que a nossa recordação, o nosso afeto, a nossa oração e a nossa ajuda estejam sempre perto deste povo que sofre tanto e que passa por um verdadeiro martírio”, acrescentou.

A guerra esteve no centro de uma conversa de Francisco com os directores das revistas culturais europeias da Companhia de Jesus, incluindo a ‘Brotéria’, de Portugal, onde o Santo Padre afirmou que o “povo heróico” da Ucrânia está a ser vítima de uma guerra de “interesses globais” e pediu a superar uma visão que reduz a realidade a “bons e maus”.

O líder da Igreja Católica assumiu ainda que tem de “ouvir o corpo e aceitar os limites”, comentando o impacto da doença e problemas físicos na velhice, que o têm obrigado a deslocar-se de cadeira de rodas e adiar a viagem à República Democrática do Congo e Sudão do Sul, assim como a cancelar as celebrações da Solenidade do Corpo de Deus no Vaticano.

A reflexão desta quarta-feira, inserida no ciclo de catequeses dedicado à velhice, deixou fortes críticas à forma como a sociedade trata os idosos, sublinhando a “cultura do descarte” que elimina os idosos socialmente, como se fossem um peso, que é melhor esconder”, numa traição à própria humanidade”.