Arquidiocese de Braga -

27 maio 2022

Mudamos tudo nas nossas vidas e nunca nos sentimos mais perto de Deus

Fotografia DR

DACS com Vatican News

Um casal equatoriano experimenta o sacramento e a bênção do matrimónio e as suas vidas mudam verdadeiramente. Agora estão a criar os seus filhos de uma maneira que está ligada à Criação de Deus em todos os momentos.

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Tivemos duas graças incríveis assim que nos casamos: fazer uma missão de um ano na Nova Zelândia e depois poder viver mais de um ano e meio com uma comunidade de monges contemplativos no México.

Foi durante essas experiências que tudo começou – a nossa profunda conversão para sermos mais humanos, mais verdadeiros, mais reais e verdadeiramente cristãos.

“A espiritualidade cristã propõe uma forma alternativa de entender a qualidade de vida, encorajando um estilo de vida profético e contemplativo, capaz de gerar profunda alegria sem estar obcecado pelo consumo” (LS 222).

 

Repensar as nossas vidas

Quando voltamos ao Equador há pouco mais de três anos, repensamos as nossas vidas, o que queríamos ensinar aos nossos filhos e as nossas prioridades como família.

Decidimos que o mais importante era o tempo que poderíamos dedicar aos nossos filhos e a Deus, por isso seguimos o caminho do empreendedorismo, procurando sempre um verdadeiro desenvolvimento integral (LS 185) e essa forma alternativa de entender a qualidade de vida.

“Em qualquer discussão sobre um empreendimento, dever-se-ia pôr uma série de perguntas, para poder discernir se o mesmo levará a um desenvolvimento verdadeiramente integral: Para que fim? Por qual motivo? Onde? Quando? De que maneira? A quem ajuda? Quais são os riscos? A que preço? Quem paga as despesas e como o fará? Neste exame, há questões que devem ter prioridade” (LS 185).

 

Perder “luxos”, mas ganhar muito mais

A nossa vida ficou muito mais simples. Perdemos o que alguns chamariam de “luxos”, mas ganhamos um profundo senso de significado. Deixamos de procurar resultados e, em vez disso, procuramos frutos no amor.

Aos poucos começamos a entender que se ensinamos uma criança a respeitar uma plantinha, a admirar um coelho ou a ser tocada pelo seu irmãozinho, a criança abrigará paz e respeito pela Criação de Deus mais tarde.

Começamos a perceber que se conseguíssemos colocar os nossos filhos em contacto com a natureza, eles entenderiam que a vida moderna não significa ter grandes shoppings ou indústrias, mas ter acesso a rios limpos, poder ver uma montanha e chegar a contemplar um pôr do sol sobre o mar.

“A contemplação é tanto mais elevada quanto mais o homem sente em si mesmo o efeito da graça divina ou quanto mais sabe reconhecer Deus nas outras criaturas” (LS 233).

Fazemos tudo isto todos os dias porque é necessária uma experiência real para que a conversão penetre nas profundezas do coração. Não basta ouvir, ver na internet ou ler; á preciso vivê-la.

“Para realizar esta reconciliação, devemos examinar as nossas vidas e reconhecer de que modo ofendemos a criação de Deus com as nossas acções e com a nossa incapacidade de agir. Devemos fazer a experiência duma conversão, duma mudança do coração” (LS 218).

Testemunho de Giuliana Maldonado e Mateo García, publicado no Vatican News a 27 de Maio de 2022.